Prezados amigos e amigas,

O presente Blog, tem a finalidade de ser mais um instrumento de valorização da família.
Por isso trará sempre artigos relacionados a esse tema, abordando os diversos aspectos que envolvem a formação de uma família sadia e segundo os preceitos cristãos, além de enfocar os diversos aspectos do relacionamento familiar.
Esperamos assim, que possa servir como um meio de reflexão, ajuda e fortalecimento àquelas famílias que encontram-se em situação difícil.

Que Deus nos ajude nessa empreitada.

Pedimos ainda que a Sagrada Família abençoe e proteja a todas as famílias do mundo inteiro. Amém !

José Vicente Ucha Campos
jvucampos@gmail.com

sábado, 4 de setembro de 2010

FILHOS NÃO SÃO PROPRIEDADES DOS PAIS

Sabem meus amigos, ao contrário dos exemplos de alguns pais que acabamos de descrever, é costume de alguns outros, sentirem-se donos de seus filhos. Isso tem dois lados a serem analisados. Um bom, pois pode demonstrar preocupação para com seus filhos. Preocupação essa que às vezes é exagerada, levando seus filhos a serem mantidos em verdadeiras prisões e longe da realidade da vida. Não entendem esses pais que um dia seus filhos terão que encarar o mundo e talvez não estejam preparados para tal e podem se machucar seriamente.
O outro lado é daqueles pais que usam essa desculpa para agirem com seus filhos como verdadeiros ditadores, e têm seus filhos como se fossem seus escravos. Acham que só eles são os donos da verdade e que a função dos filhos é servir e atender aos pais, mesmo quando estão errados. Têm uma maneira de pensar, na qual acham que os filhos não podem questionar seus pais. E que os pais jamais devem pedir desculpas aos filhos.
Pais desse tipo são verdadeiros ditadores e nunca se dignam a conversarem com seus filhos sobre nada, pois isso seria uma demonstração de fraqueza suas e poria em risco a sua autoridade sobre eles.
Eu me lembro de uma vez em que eu e a minha esposa estávamos dando uma palestra para jovens, sobre família e relacionamento entre pais e filhos, quando ao final da palestra, um rapaz que devia ter uns 20 ou 22 anos, chegou-se até nós e pôs-se a chorar e nos confidenciou que seu pai nunca tinha conversado com ele sobre qualquer assunto que não fosse para lhe dar alguma ordem ou fazer alguma reclamação. E ele emocionado nos disse que sentia falta de conversar com seu pai, de ter o seu carinho, a sua amizade. Dizia ainda, que seu pai nunca o tinha questionado, depois que se tornou adulto, aonde tinha ido, com quem ia sair ou saiu, por que voltou a tal hora, etc. E que ele também sentia falta disso, pois no seu entender, e estava certo, isso demonstraria que seu pai tinha cuidado com ele e estava preocupado com ele. Ou seja, poderia ser uma pequena demonstração de amor de seu pai por ele, já que outras demonstrações de amor não existiam.
Nesses casos nós sempre levamos o jovem a entender que às vezes está em suas próprias mãos tomar a iniciativa para quebrar essa barreira construída pelos pais com relação aos filhos.
Tem pais que têm medo ou vergonha de dizerem que amam seus filhos, têm medo de acariciá-los, de beijá-los.
Aí só tem um jeito; os filhos devem tomar a iniciativa, e irem quebrando gradativamente essa barreira.
Se os pais entendessem que criam seus filhos não para si, mas para Deus, isso provavelmente não aconteceria. Pois nem esse tipo de comportamento, nem nenhum outro é adequado para se cuidar de alguém que pertence a Deus, como todos nós pertencemos, e nossos filhos idem.
Essa experiência verdadeira de que nossos filhos devem ser criados para Deus, foi muito marcante na minha vida e da minha esposa. E se deu de maneira muito dolorosa.
Foi quando há anos atrás, a nossa filha teve um problema grave de saúde, que nos deixou em determinado momento meio desnorteados.
Num dia pela manhã, nossa filha acordou com dor de garganta. Reclamou conosco e eu fui olhar a sua garganta. Havia somente um ponto pequeno que parecia estar inflamado. Mas, como somos preocupados por natureza, não a deixamos ir à escola e eu a levei ao pediatra. O médico então receitou a medicação cabível e nos liberou.
Uns dois dias depois, nossa filha amanheceu reclamando muito de uma dor na articulação do pé direito.
Levei-a, naquele mesmo dia, de novo ao pediatra. O mesmo não vendo nada aparentemente, mas, como ela afirmava que estava doendo, indicou um exame de raio X. Fizemos o exame e voltamos ao médico. O mesmo continuou a não ver nada demais e receitou outros remédios para minha filha, inclusive para aliviar a dor, caso continuasse a sentí-la.
No dia seguinte, era um sábado, e mais uma vez minha filha amanheceu reclamando da dor no pé; só que agora chorando muito.
Procurei o pediatra novamente, que me aconselhou a procurar um ortopedista em outro bairro. Voltei então para casa e como precaução ligamos para o ortopedista, que estava já do lado de fora de sua clínica, fechando a porta, quando escutou o telefone tocar. Abriu novamente a porta e atendeu ao telefone (só pode ter sido a ação de Deus. Vocês vão perceber o porque estou falando isso).
Quando chegamos a clínica, o ortopedista nos atendeu e imediatamente tirou uma nova radiografia do pé da nossa filha e mandou que fizéssemos de imediato uma ressonância magnética do seu pé e queria o resultado ainda naquele dia. Naquele tempo (há uns 15 anos atrás), normalmente levava de cinco a dez dias para se pegar o resultado de um exame desses.
Fomos, eu, minha esposa e nossa filha, para a clínica que faria o referido exame, num bairro ainda mais distante de onde estávamos. Chegando lá, conversamos com os médicos que fariam o exame, da nossa urgência em ter o resultado. Vendo eles o nosso desespero, nos entregaram o resultado duas horas depois.
Voltamos apressadamente para a clínica do ortopedista que tinha nos atendido e o mesmo ao ver o exame, informou-nos que nossa filha tinha uma doença chamada osteomielite e que ele já desconfiava pela radiografia que tinha tirado, mas que precisava confirmar com a ressonância, o que havia acontecido, e que ele operaria nossa filha imediatamente e que já havia inclusive reservado uma sala de cirurgia num hospital próximo. Ficamos perplexos e sem saber o que dizer ou fazer. Não nos restava outra alternativa, a não ser seguir a orientação do ortopedista.
A nossa filha foi operada, então, ainda naquele dia. Após a cirurgia, permaneceu hospitalizada, tomando uma quantidade maciça de antibióticos, de diversas formas.
Dois dias depois daquela cirurgia, o ortopedista que a havia operado, informou-nos que a levaria para fazer uma radiografia, para verificar como estava a situação do seu pezinho. Fomos juntos e ela tirou a radiografia, ainda na maca.
Mais tarde, naquele mesmo dia, o ortopedista aparece novamente no quarto da nossa filha e para nossa surpresa e desespero, nos informa que ela teria que ser operada novamente e em regime de urgência, pois a bactéria que havia se instalado no seu pezinho, estava agora, instalada em outro lugar da sua perna.
Nesse momento, perdi o controle e segurando o médico pelo colarinho do seu jaleco, cheguei a tirá-lo do chão, perguntando entre gritos e lágrimas se minha filha ia morrer e o que estava acontecendo com ela.
Ele meio surpreso e também atônito, informou-nos que a situação era grave e que nossa filha corria o risco de ter a tal bactéria circulando por todo o seu corpo e que poderia se instalar em outra parte qualquer, num órgão, tal como o coração e pior, poderia tomar todo o seu corpo e ela morreria por septicemia .
As enfermeiras, chegaram então com a maca, para levar novamente nossa filha para a sala de cirurgia e via-se em seus rostos lágrimas rolarem, pois já tinham se apegado a nossa filha, que era muito meiga e que não reclamava das diversas injeções que tomava por dia, dos remédios, etc.
Quando tentamos colocar nossa filha na maca, pela primeira vez, ela refutou e me pediu chorando baixinho, que ela não queria ir de maca e me pediu para que eu a levasse no colo.
Foi quando então, a peguei com todo o carinho desse mundo e chorando copiosamente, comecei a caminhar em direção a sala de cirurgia. O corredor entre o quarto onde estávamos e a sala de cirurgia era muito extenso e em todo o seu trajeto, segurando minha filha nos braços e chorando sobre ela eu fui em silêncio, conversando com Deus. Em determinado momento, entreguei a minha filha a Deus, lembrando-me de Abraão, do Antigo Testamento, que ofereceu a Deus o seu próprio filho Isaac.
Disse naquele momento: “Senhor, a minha filha já não é mais minha, mas sua, fazei dela o que for de sua vontade.”
A partir daquele momento de muito sofrimento para todos nós, passei a compreender que os filhos não são propriedades dos pais, mas sim, são antes de tudo, filhos de Deus, que nos são confiados, para que cuidemos deles, os eduquemos, os protegemos, os encaminhemos pelos caminhos do bem e da justiça; tudo isso para Deus.
E se assim pensássemos o tempo todo, muitos pais não abandonariam seus filhos, pois não são seus, mas de Deus.
Muitos outros não explorariam seus filhos, muitos não os tratariam com arrogância e intolerância e outros tantos ainda, não os desprezariam, nem os humilhariam. Pois são todos filhos legítimos de Deus.
Como mais uma grande graça de Deus, entre tantas outras que recebemos, a nossa filha, depois dessa segunda cirurgia, nunca mais apresentou qualquer problema relativo ao acontecido, sendo acompanhada com exames constantes e periódicos, durante os dois anos seguintes.
É pais...cuidem com carinho de seus filhos. Eles são as sementes de amor que Deus nos deu e para as quais precisamos plantar, regar, cuidar, para que depois, possam florescer e dar frutos para o Reino de Deus ainda aqui na Terra. Essa é a nossa missão. Esse é o nosso sacerdócio e a nossa vocação. Cuidar dos filhos que Deus nos deu, para Ele, e agradecer sempre por nos ter confiado tão sublime missão.
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

FILHOS, ÓRFÃOS DE PAIS VIVOS

Acho que todos vocês já escutaram essa frase em algum momento de suas vidas. Assim como o caso que citamos anteriormente, do rapaz com seus 22 anos e que sentia falta do abraço e do carinho de seu pai.
Existem muitos outros filhos que são verdadeiros órfãos nesse mundo, embora tenham seus pais vivos e
convivam com eles sob o mesmo teto. Já não estou falando nem de pais separados em que cada um vai para
um lado e os filhos é que se virem e que se contentem quando conseguem o convívio com pelo menos um deles. Estou falando de pais que vivem juntos, no mesmo teto, e com seus filhos.
É aí que muitas vezes também encontramos jovens abandonados, pois embora vivam no mesmo teto que seus pais, cada um tem a sua vida. Trocam palavras indispensáveis para que consigam sobreviver, mas falta o sentido de uma verdadeira família, onde a amizade, o amor, o carinho, o respeito mútuo e a atenção são elementos fundamentais e que deveriam estar presentes num relacionamento familiar sadio, respeitoso, caloroso e amoroso. 
Mas, nos tempos atuais, cada vez mais encontramos famílias em que seus membros vivem juntos, mas falta tudo isso que acabamos de falar. A agitação do dia-a-dia, o estresse, a preocupação com o trabalho e o emprego, a busca desenfreada pelo ter cada vez mais, a luta pela independência etc, são elementos que vão minando os nossos conceitos de uma boa convivência e vão transformando o relacionamento entre os membros de uma família em mero convívio de pessoas que se conhecem, sob o mesmo teto.
E onde fica o amor, a atenção para com o esposo, a esposa, e para com os filhos?
Isso tudo que parece para alguns, que é uma maneira normal de se viver em família, onde cada um tem a sua vida e cada um cuida de si próprio, não passa de uma simples convivência social; onde, se sobrar algum tempo extra, o que raramente acontece, de repente um pode trocar uma palavra com outro; mas de preferência sem compromisso e responsabilidade.
O que os filhos estão passando ? O que estão precisando em termos afetivos ? Preocupações e perguntas tais como: Aonde você vai ? Que horas vai voltar ? Com quem vai ?
Advertências visando resguardá-los, tais como: Cuidado ! Não chegue tarde ! Você precisa descansar ! Não vá àquele baile hoje, pois estou preocupado com alguma coisa e não sei o que é !
Se você, meu jovem já escutou ou escuta algumas dessas perguntas ou mesmo advertências, fique feliz, pois seus pais ainda se preocupam com você ! Muitos jovens de várias idades gostariam tanto de escutar essas mesmas palavras.
E se vocês, pais, nunca falaram nenhuma dessas palavras para seus filhos, procurem rever suas vidas e seus relacionamentos com eles, pois com certeza, algo vai errado.
Existem filhos que as vezes reclamam quando seus pais os alertam, os questionam para onde vão e com quem, a que horas vão chegar, etc. Já se consideram adultos e não precisam dessas recomendações, nem preocupações. Alguns pais com certeza já escutaram essas reclamações por parte de seus filhos.
Mas, embora isso exista, com toda a certeza desse mundo, esses mesmos filhos que reclamam, no fundo de seus corações se sentem bem e orgulhosos e confiantes, pois sabem que seus pais se preocupam com eles. Sabem que seus pais estão tendo cuidado para com eles. E isso lhes dá uma confiança muito grande. Pois sentem que têm uma verdadeira família e que podem contar com ela em todos os momentos.
Podem acreditar, caríssimos amigos, esses jovens são felizes. Pois têm verdadeiros pais !
Infelizes são aqueles jovens que têm toda a liberdade do mundo, que podem fazer o que quiserem, que ninguém vai incomodá-los; ninguém os questiona. Esses com toda certeza, são os jovens que mais se sentem abandonados, sentem-se órfãos de pais vivos.
Nosso filho, há pouco tempo atrás, foi dar uma palestra para jovens de sua idade. A sala estava cheia. E ele começou a falar sobre o relacionamento entre pais e filhos, só que abordando o enfoque de filho, como ele o é. Eu e sua mãe o estávamos assistindo, e muito nos surpreendemos quando ele emocionado, a certa altura da palestra, disse aos outros jovens que o estavam escutando, que se sentia muito feliz quando eu ou sua mãe o questionamos quando ele vai sair de casa à noite, fazendo as mesmas perguntas que falamos acima. No entanto, disse que ficava meio chateado quando algumas vezes chegávamos a pedir para que ele não saísse, pois estávamos com nossos corações apertados e não sabíamos porque. Coisas de intuição de pai e mãe.
E isso é difícil de pedir a um filho: que não saia de casa hoje, se ele já estava com tudo planejado.
Aí ele pergunta: - Por que pai, por que mãe, vocês não querem que eu saia hoje? E nós respondemos, com nossos corações apertados e cheios de dúvidas: - Não sei, meu filho. Mas algo me diz para que você não saia hoje. É demais para um filho aceitar isso. Pois não temos uma justificativa racional para a negação, a não ser a justificativa de amor, de carinho e de preocupação, pois só os pais sabem o que se passa em seus corações quando negam algo a seus filhos sem motivo aparente.
E algumas vezes nós agimos assim com o nosso filho, e na hora ele respeitava a nossa opinião, mas como é normal, ficava chateado e meio emburrado. Normalmente os filhos nessa situação, vão para seus quartos e se trancam, curtindo a sua “raiva”.
Mas, se eles fossem pais e se colocassem em nossos lugares, veriam que o amor de pais, também tem dessas coisas. Isso é sinônimo de preocupação, às vezes exagerada, concordo. Mas, é também sinônimo de carinho e amor.
E quem pode dizer que naquele momento também não houve a ação do próprio Deus ou através de seus anjos, zelando pelos nossos filhos e usando a nós pais como seus instrumentos?
Mas, com o passar do tempo, os filhos aceitam e entendem a nossa preocupação. O importante é que tomamos essas atitudes por amor e nunca para firmar a nossa condição de pai ou coisa parecida.
E agora, nós estávamos escutando nosso filho falar para aquela platéia de outros jovens, que ele compreende quando agimos assim, e que nos agradece por isso. É comovente.
Sabem amigos, ele também falou que se sente meio frustrado, quando sai de casa e leva a sua chave da casa. Pois ele considera que aquela chave é só um enfeite em seu bolso, pois ele nunca teve oportunidade de usá-la como seria normal, ou seja, para abrir a porta da nossa casa quando volta da rua. Sabem por que ? Porque nunca aconteceu do nosso filho chegar em casa, fosse a hora que fosse, que eu ou a sua mãe não levantássemos para abrir a porta para ele, e lhe dizer: Boa noite meu filho ! Como você está ? Está tudo bem ? Você quer alguma coisa para comer ? Através dessa conversa rápida, podemos observar também se está tudo bem com ele, se seu comportamento é normal. E olha que confiamos plenamente em nosso filho. Mas, é a nossa maneira de ser, pois o amamos muito e queremos que ele sinta a nossa presença junto a ele.
E por fim dizemos: Vá dormir com Deus, meu filho !
E o que vocês acham disso ? Acham errado ? É cuidado exagerado ? É carinho demais ? Ele vai ficar menos homem por causa disso ? O que vocês acham ? Façam seu julgamento.
Uma coisa é certa, se a maioria dos pais agissem assim, muita coisa poderia ser evitada de acontecer com diversos jovens que chegam em casa embriagados ou mesmo drogados, entram para seus quartos e seus pais nem percebem o que está acontecendo.
Quantos filhos sentem falta dessa atenção !
Criamos nossos filhos também com muita sinceridade e abertura, embora com respeito, que lhes permite hoje em dia se chegarem a mim e a sua mãe, para falarem de tudo de suas vidas, inclusive de namoro, sexo, etc.
Infelizmente, como já falamos, existem pais que não têm paciência, nem coragem de conversar certos assuntos com seus filhos.
Há algumas semanas atrás, fui procurado por um jovem em minha casa, que já conhecíamos, para simplesmente conversar. É isso, ele queria simplesmente conversar com alguém. Desabafar. Ele já não tem mais a mãe e seu pai vive com outra família. Ele ? Vive sozinho com sua irmã de 18 anos, numa casa. Ele tem 20 anos. Trabalha e estuda.
Sua mãe morreu há alguns anos, de depressão aguda, quando seu pai os largou, para viver com outra mulher. E esses dois jovens, mais uma vez, é que “pagaram o pato”. Quando seu pai os abandonou, ele tinha 10 anos e sua irmã 8. A menina até hoje tem problemas sérios de depressão, já tentou suicídio duas vezes, pois acha que ninguém gosta dela.
E o rapaz, queria simplesmente conversar ! Estou escrevendo isso e meu coração está sangrando de tristeza. As lágrimas me vêm ao rosto quando lembro disso. Ele só queria conversar com alguém !!!
Seu pai vive no mesmo Bairro que ele e sua irmã, mas nunca os procura. Por que ? O que se passa nesse coração, meu Deus ?
Depois de uma de nossas conversas, das diversas vezes que ele já me procurou, ele me disse: Sabe tio (é assim que ele me chama), eu já conversei coisas com você , que nunca falei para o meu pai. Você sabe mais da minha vida do que ele.
Após ele sair da minha casa nesse dia , chorei muito. De alegria, por poder estar ajudando a um jovem; mas também, de tristeza, pois quem tinha que estar escutando isso era o seu verdadeiro pai. Que está tão perto dele fisicamente, mas tão longe espiritualmente e amorosamente.
É meus amigos...Infelizmente, esse jovem é mais um “órfão de pai vivo.”
Há uns dois anos atrás, uma amiga da minha esposa chegou um dia em nossa casa, apavorada.
Contou-nos ela, que seu filho de 17 anos, namorava uma menina do mesmo Bairro onde morava. Um belo dia a menina apareceu grávida e seus pais não sabiam e nem desconfiavam. A mãe do rapaz questionou então, seu filho, e a resposta foi a mesma de sempre: “aconteceu mamãe”, “nós não queríamos, mas...”. A mãe do rapaz nos contou também como era a vida da namorada de seu filho junto a seus pais. Eles moravam numa casa de dois andares. O quarto dos pais era na parte de cima da casa e o quarto das meninas (a namorada do rapaz e a irmã), era no andar térreo.
Quando dava uma determinada hora da noite, os pais das meninas subiam para seu quarto, trancavam a porta e podia cair o mundo que eles de lá não saíam. Só o faziam no dia seguinte.
As meninas então estavam acostumadas a, assim que seus pais subiam para seus aposentos, fazerem tudo o que tinham direito, ou seja, saiam de casa para festas e bailes, voltando altas horas da madrugada, assim como saíam para namorar. E numa dessas escapulidas, a namorada do filho da amiga da minha esposa, ficou grávida.
Mas o pior vem agora. Quando o pai descobriu que a sua filha estava grávida (chegou num ponto que não deu mais para esconder), ele virou uma fera. Ameaçou por diversas vezes a menina, dizendo que ela não poderia ter aquele filho e que deveria procurar um jeito de fazer o aborto. Como a menina, graças a Deus, não o atendeu, ele chegou a um ponto de dar chutes na barriga da filha para ver se ela abortava. Tudo isso porque ele não queria que a vizinhança ficasse sabendo que uma de suas filhas estava grávida sendo solteira ainda. Antes de mais nada é um verdadeiro criminoso e eu cheguei ao ponto de falar para a amiga da minha esposa que se ele continuasse a fazer isso eu iria denunciá-lo a Polícia e ao Conselho Tutelar. Graças a Deus ele parou.
Agora vamos analisar esse comportamento. Que direito tem esse pai de cobrar alguma coisa de sua filha, se não ligava a mínima para ela ? Se não tomou os cuidados necessários que todos os pais responsáveis devem ter para com seus filhos ? A única coisa que o incomodou foi o que os vizinhos poderiam falar ! Ora, tenha a santa paciência...!
Esse pai deveria sim, mesmo a filha tendo errado, acolhê-la e à sua futura neta, que ele não chegou a ver, pois a menina teve algum tempo depois um aborto expontâneo e perdeu o bebê. Era uma menininha. Com certeza foi mais um anjinho que chegou no céu !
Essa menina, quase mãe precoce, é mais uma jovem órfã de pais vivos!
Vocês pensam que terminam aí os diversos casos de jovens órfãos de pais vivos ? Infelizmente não. Existem inúmeros casos de jovens cujos pais estão vivos, que em algum momento de seus relacionamentos, se separaram e hoje vivem um para cada lado. Seus filhos ? Se viram sozinhos ! São jovens de 16, 17, 18, 19,... anos. Jovens que têm pais que moram em suas novas casas com outras esposas e filhos, mães que moram em outras casas com seus novos maridos e também filhos. E ambos que não querem saber de seus filhos do primeiro casamento.
Aliás, para ser completamente justo, existem alguns pais que de vez em quando se preocupam com seus filhos, e até os chamam para passarem um dia com eles, na casa do pai ou da mãe. Isso quando as suas novas famílias permitem e não se sentem incomodadas.
Os filhos ? Vivem sozinhos todo o restante do tempo. Natal ? Ano Novo ? Dia dos pais ? Dia das mães ?
Muitos desses jovens arrumam amigos, que normalmente têm o mesmo tipo de problema e se juntam a eles para passarem essas datas pelo menos na companhia de alguém.
Mas tem o seu lado positivo !? É que muitos desses jovens, ou quase todos, aprendem a se virar sozinhos, e aprendem então a cozinhar (coitados, pelo menos tentam). Um dia fui a casa de um deles, num domingo, na hora do almoço e ele estava comendo ovo cozido com macarrão instantâneo. Isso num domingo, que é um dia de se comer melhor em família. Desculpem, mas esse jovem não tem família. Pelo menos que o ame.
Em outro dia, um outro jovem chegou a minha casa por volta das quatro horas da tarde. Estávamos sentados à mesa para tomar um cafezinho da tarde. Era também um domingo. Oferecemos a ele o café, e durante a nossa conversa ele nos disse que aquela era a sua primeira refeição do dia. Sua mãe, também separada, tinha arrumado um namorado e tinha ido desde sexta-feira à noite, com ele, para uma praia na Região de Angra dos Reis. Só voltaria no domingo à noite e bem tarde. Aliás, ele confessou que todo o final de semana sua mãe costuma fazer isso.
O rapaz e sua irmã, menor de idade, ficam sozinhos em casa.
Tudo bem que todos tenham o direito de reestruturarem suas vidas após relacionamentos desfeitos. Não estou questionando isso, nem julgando ninguém. Só questiono é, porque se esquecem dos filhos do primeiro casamento ? Por que se esquecem que colocaram filhos no mundo e que esses mesmos filhos precisam ainda de carinho, de amor, de compreensão, de amizade, de segurança; enfim, de um lar. E quem não precisa ? Afinal, não é isso que esses pais estão procurando novamente ?
Numa celebração da Páscoa, há pouco tempo atrás, quando normalmente nos reunimos em família, na casa de meus pais, junto com meus irmãos, cunhadas e sobrinhos, convidamos alguns jovens para participarem conosco. Fizemos o convite, até já sabendo que talvez a maioria deles não pudesse ir, pois iriam passar o Domingo de Páscoa com seus pais.
Maior não foi a nossa surpresa quando todos os jovens que convidamos nos brindaram com as suas presenças e ainda levaram outros jovens. Foi um almoço de Páscoa dos melhores que já tivemos e dos mais alegres.
Mas, quando voltei para casa, à noitinha, comecei a pensar e a raciocinar. Por que aqueles jovens estiveram lá conosco ? E a resposta que eu mesmo concluí, não foi das mais felizes. Tiveram condições de almoçarem conosco naquele domingo, porque provavelmente não tiveram como estarem com seus pais.
Aí comecei a analisar a vida de cada um deles que lá esteve. E me bateu uma tristeza muito grande, pois a realidade daqueles jovens era cruel e triste.
Todos, eram filhos de pais separados, e estavam em número de dez jovens. De um deles , a mãe era aquela que tinha ido com o namorado para a Região de Angra, o outro a mãe mudou-se para uma casa no centro da cidade e deixou-o com o seu irmão, morando sozinhos. Duas das meninas, a mãe mora em um bairro, o pai em outro e elas moram sozinhas. Ao procurarem a mãe para lhe dar um abraço de Páscoa no domingo pela manhã cedo, descobriram que a mãe tinha viajado com uma amiga. Uma outra menina, não pôde ir até a nova casa onde a mãe mora com outro marido porque o seu cônjuge não a aceita. A outra menina, a nova esposa de seu pai também não a aceita, por achar que ela pode roubar a atenção do marido, que deve dá-la ao filho pequeno que eles têm juntos.
E assim vai ...!!!
E a coisa é tão séria meus amigos, que outro dia fiquei chocado (“ainda bem que ainda estou me sentindo chocado com essas situações tão corriqueiras”), quando li em um jornal de grande circulação a seguinte manchete: “STJ vai decidir se pai deve indenizar filho por falta de atenção e carinho”.
Aquele título me deixou meio que desconcertado. Pensei: Será que é o que estou pensando mesmo, ou o título é sensacionalista e a matéria não tem muito a ver com ele ?
Ao ler a reportagem deparei-me com a realidade dos fatos. Realmente era o que eu estava pensando, ou seja, mais uma história real de abandono, de falta de carinho de um pai para com um filho, que hoje está com 24 anos e reclama, que desde os 6 anos de idade seu pai, ao formar outra família onde teve outra filha, o abandonou. E, ao invés de lhe dar carinho e atenção também, como era direito seu, como filho; “só recebeu frieza, abandono e rejeição, mesmo em datas importantes como aniversários e formatura do colégio”, conforme as próprias palavras no texto da reportagem.
Por isso, aquele jovem, estava entrando na justiça contra seu próprio pai, reclamando uma indenização pelo abandono que sofreu quando mais precisava do pai. A título de curiosidade e de “alerta para outros pais”, a indenização pedida era de R$ 52.000,00.
O que aumentou mais o meu espanto, foi que ao final da reportagem, vinham as seguintes palavras:
“Levantamento feito pelo STJ mostra duas decisões anteriores em casos parecidos. Em Capão da Canoa (RS), um pai foi condenado a pagar 200 salários-mínimos à filha. E, em São Paulo, outro pai indenizou a filha em R$ 50.000,00”. Termina a reportagem.
O que me espantou nesta reportagem, foi a constatação de onde chegamos na Sociedade em que vivemos. É o cúmulo, que um filho entre com uma ação na justiça contra seu próprio pai, porque este não lhe deu carinho, amor e atenção, na sua vida.
Não estou questionando a ação do filho ou das filhas, mas sim, a situação em si, que demonstra a falta de carinho, de amor, de compreensão e de atenção dos pais para com seus próprios filhos. Aqueles mesmos filhos que nasceram de momentos de amor e de carinho, com suas esposas.
Estes filhos, são frutos do amor conjugal de esposo e esposa. Pelo menos espero que assim o tenham sido.
E como pode, um fruto do amor, terminar com uma demonstração de raiva ou até ódio, levando ao ponto que acabamos de descrever ?
É como diz um amigo meu. Se o mundo ainda não chegou ao seu final, está no ensaio geral !
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

MARCAS PARA SEMPRE

Será que alguns de vocês pais ou filhos, se enquadraram em algumas dessas histórias que eu narrei até esse momento? Se isso aconteceu, está no tempo de mudar. Não continuem vocês pais, levando suas vidas fingindo que está tudo bem e fazendo esforço para esquecer que vocês têm filhos e filhas, que os amam e só estão esperando uma pequena sinalização para que possam se achegar novamente a vocês e amá-los pelos restos de suas vidas.
Dêem essa oportunidade a eles e a vocês mesmos.
Não importa o que tenha acontecido, os aborrecimentos que se sucederam, se o rompimento foi tranquilo ou doloroso. Se ficou ódio ou rancor. Tomem uma decisão importante para suas vidas. Estou falando com vocês: pais e filhos.
Você pai, tome a iniciativa. Procure seu(s) filho(s) e/ou filha(s), puxe conversa como quem não quer nada. Vá conquistando-os novamente. Pode ser que demore um pouco ou mesmo que você encontre uma certa resistência. Mas, Vale a Pena !
E vocês ? Filhos e filhas ! Se seus pais ainda não tiveram a coragem de se achegarem a vocês, tomem então a iniciativa. Reconquistem seus pais. Também Vale a Pena ! Não deixem que as amarguras passadas, mantenham-nos com esse vazio que existe dentro de vocês.
Cheguem-se a seus pais. Talvez também não seja tão fácil, pois às vezes mesmo querendo a reconciliação, os pais não querem dar o braço a torcer, porque será uma situação nova para eles e que eles ainda não sabem muito bem como lidar com isso. Por isso, é importante que vocês filhos, vão quebrando esta parede que muitas vezes acha-se à frente de seus pais, como uma forma de defesa deles.
Eu sei que vocês devem estar pensando: Puxa , nós somos seus filhos e não seus inimigos.
Mas é assim mesmo. O medo existe também do lado deles. E é muito mais difícil para um homem formado, aceitar que errou e que agora tem que assumir esse erro e voltar atrás, e às vezes pedir desculpas.
Sei também que quando a separação foi sofrida, ficam marcas e marcas que muitas vezes são muito difíceis de serem apagadas.
É aí que me lembro que uma vez li, não sei onde, uma estória de um relacionamento entre pais e filhos, que talvez consiga definir melhor o que eu quero transmitir a vocês nesse momento.
Era uma vez, uma família formada por pai, mãe e um filho. Como em algumas famílias que alguns de vocês devem conhecer na vida real, o pai era uma pessoa muito rude e severa. Estava o tempo todo sério e poucas vezes o viram sorrindo.
Preocupava-se com o trabalho, a manutenção da casa e só. Tratava sua esposa de modo rude e isso deixava seu filho muito triste durante o tempo em que era criança e depois irritado e as vezes com raiva, quando já tinha seus 14, 15 anos.
Nunca fez um carinho em seu filho e achava que essa era a maneira correta de criá-lo para que crescesse como um verdadeiro homem. Pois achava que carinho era coisa de mulher.
Seu filho então cresceu sem conhecer o carinho e a amizade de seu pai.
Comparecer a escola para reunião com professores ? Jamais.
Festa de aniversário ? Só quando era muito criança ainda. Pois depois achava que isso era besteira e coisa de mariquinha.
Conversar com seu filho ? Muito pouco. E na maioria das vezes que isso aconteceu, era para achar ruim com o filho por alguma coisa que ele achava que o filho tinha feito errado.
O tempo foi passando e o filho foi crescendo com uma tristeza e uma mágoa muito grande em seu coração.
Filho e pai já não se falavam mais, não por culpa do filho que em algumas vezes tentou se chegar ao pai, sem no entanto encontrar reciprocidade.
Um dia esse rapaz, já com seus 18 anos, começou a sentir dores de cabeça frequentes e cada vez mais fortes.
Sem ter como falar com seu pai, procurou sua mãe e lhe contou o que vinha sentindo já há algum tempo, sem no entanto, nunca ter reclamado.
Sua mãe ficou preocupada e com certo medo, contou ao pai do rapaz. Que mais uma vez, agiu segundo o seu modo e falou para a esposa que achava que aquilo era frescura. Quem sente dor de cabeça é mulher. Homem não.
A mãe continuando com a sua preocupação e vendo que seu filho por diversas vezes ficava em seu quarto se contorcendo em dor, aconselhou-o a procurar um médico. Já não aguentando mais o rapaz a atendeu. Foi quando após algumas consultas e exames, recebeu a pior notícia de sua vida. Estava com um tumor cerebral e precisaria sofrer uma cirurgia de emergência e que por sua vez não garantiria a sua cura, pois o problema era muito sério.
Quando o rapaz contou a sua mãe o seu desespero foi grande, mas silencioso, pois não tinha com quem repartir essa dor.
Um dia, porém, quando o pai do rapaz estava passando em frente ao quarto onde sua esposa fazia suas costuras, viu que a porta estava entreaberta e escutou um sussurro vindo lá de dentro. Entre a fresta aberta, ficou observando e viu sua esposa chorando, ajoelhada em frente a uma imagem de Jesus Cristo, suplicando e implorando a Ele que realizasse dois milagres na sua vida.
O primeiro era que curasse seu filho daquele tumor que ele tinha no cérebro. Essa era a primeira vez que o pai havia tomado ciência daquele problema de seu filho e ficou meio surpreso e confuso, sem entender muito bem o que se passava.
Para sua maior surpresa, o segundo pedido de sua esposa, à frente da imagem de Jesus Cristo, era que Ele tocasse no coração de seu esposo, transformando-o de um coração de pedra em um coração de carne e que isso permitisse que seu esposo passasse a amar seu filho e eles se falassem antes que alguma coisa de pior acontecesse com o rapaz.
O esposo ficou ali, em frente àquela porta por um longo tempo, ouvindo a conversava da sua esposa com Jesus, e viu a fé daquela mulher e o seu pranto, não de raiva por ele ser como era, nem por lhe tratar mal ou coisa parecida; mas sim, pedindo a Deus que transformasse seu coração num coração que fosse capaz de amar seu próprio filho. Aquele que tinha sido fruto do amor que ele um dia sentiu pela sua esposa e que ela não sabia porque ele agia de forma tão diferente hoje em dia.
Aquela cena que ele presenciou e o que ele escutou, calaram fundo em seu coração e ele começou a se questionar internamente, do porque agia assim.
O pai começou a observar mais seu filho, sem deixar que o rapaz percebesse isso. E notou que por diversas vezes seu filho ia para o quintal e ficava sozinho, perto de uma árvore grande e frondosa que eles tinham no quintal e que, quando garoto, gostava de brincar nela. O pai também gostava muito dessa árvore, pois ele é que a havia plantado, visando ter sombra no quintal.
Reparou ainda que sempre que o rapaz se chegava perto da árvore, chorava muito. O pai, não ficava observando muito para evitar que seu filho percebesse que ele estava ali por perto.
Um dia estava o pai assistindo televisão próximo a sua esposa quando os dois escutaram um forte barulho, como se fosse alguma coisa caindo. O barulho vinha da cozinha.
A esposa correu primeiro e foi ver o que tinha acontecido e se deparou com seu filho caído no chão. Deu um forte grito chamando o marido.
Esse levantou-se rápido e foi ver o que havia acontecido e deparou-se também com o seu filho caído desacordado, no chão da cozinha.
Por alguns segundos o pai ficou ali vendo seu filho caído, desacordado e muita coisa veio a sua cabeça e ao invés de socorrer seu filho, começou a chorar copiosamente e soluçava como uma criança.
A esposa ao ver aquilo ficou mais nervosa ainda e começou a chorar também, mas mesmo assim, abaixou-se e tentou levantar o seu filho. Não conseguiu, pois o rapaz era forte e pesado.
Então o pai ajoelhou-se junto ao rapaz, segurou-o no colo e erguendo a cabeça, olhou para alto e gritou em voz forte.
“ Senhor Jesus, salva meu filho ! ”
Pegando o rapaz com dificuldade, levou até a sua cama e pediu que enquanto isso sua esposa chamasse um médico.
O médico veio e ao se deparar com o quadro, chamou uma ambulância e encaminhou o rapaz para o hospital mais próximo, pois ele não estava nada bem. Os pais o acompanharam na ambulância.
Após o atendimento de emergência, no qual o rapaz foi reanimado, ficou decidido que ele seria operado de imediato com o acompanhamento do médico que estava acompanhando o caso. E isso seria no dia seguinte.
A mãe ficou no hospital a noite toda e o pai foi para casa. Queria ficar sozinho.
Ao chegar em casa, a primeira coisa que fez foi abrir a porta do quarto de costura da esposa e se ajoelhar em frente a imagem de Jesus Cristo.
Ali ficou a noite toda, chorando e orando ao seu jeito, pela vida do seu filho e pedindo desculpas a Deus, por ser como era e por ter trazido tanta mágoa para sua esposa e filho, e ainda, por ter perdido um tempo precioso no qual não “viu” seu filho crescer e se tornar homem.
Agora estava ali, implorando pela misericórdia de Deus, para que salvasse seu filho, de forma a que pudesse recuperar um pouco esse tempo perdido e tentasse se reconciliar com seu filho, se ele ainda quisesse.
Ao amanhecer, cedo ainda, o pai triste e confuso, foi ao quintal para, junto das árvores que lá haviam, tentar aliviar um pouco seu coração e continuar pensando na sua vida passada e de como seria daqui para frente.
Quando por acaso, chegou junto daquela árvore que ele tinha visto seu filho, sozinho, ficar perto por algumas vezes. Reparou com surpresa e mais confusão de idéias ainda, que a árvore estava toda cheia de pregos cravados no seu tronco.
Não estava entendendo nada e pensou rapidamente que algum estranho, por maldade, havia feito aquilo. Mas, logo depois, refletiu melhor e juntou os fatos da árvore estar assim e de ter visto seu filho por diversas vezes junto à ela. E começou a se perguntar. O porque ele tinha feito aquilo, se gostava tanto daquela árvore, assim como ele também gostava.
Se arrumou, e foi para o hospital, com todas aquelas dúvidas e tristeza no coração.
Chegando lá teve a notícia que seu filho já estava sendo operado.
A operação, embora muito difícil, delicada e demorada, tinha corrido bem e os médicos estavam otimistas com a recuperação do rapaz.
O rapaz, após algum tempo de recuperação e acompanhamento médico, saiu do hospital e foi para casa. O pior tinha passado, mas o risco sempre o rondaria.
Num dia de sol, o rapaz saindo à porta dos fundos de sua casa, viu que seu pai estava sentado, de costas para a porta da casa, junto àquela árvore que eles gostavam.
Se encheu de coragem e se aproximou, e ao chegar perto do pai, viu que ele estava chorando em silêncio.
Sem falar nada o rapaz se abaixou ao lado de seu pai, o abraçou bem apertado, no que foi correspondido, e choraram muito.
Sua mãe, que não se descuidava do filho um segundo sequer, viu aquela cena, da mesma porta da casa, e também começou a chorar. Mas, de felicidade e agradeceu a Deus, em seu coração, por aqueles grandes milagres que ela havia pedido, estarem acontecendo em frente aos seus olhos.
Ainda junto da árvore, pai e filho, se abraçando, se deram um beijo no rosto um do outro e começaram a sorrir. Era uma mistura de risos e lágrimas de felicidade .
Após algum tempo nesse êxtase, o pai meio sem jeito, perguntou a seu filho, com todo o cuidado e carinho, se havia sido ele que tinha colocado aqueles pregos na árvore.
O rapaz, agora com uma mistura de sentimentos de amor, felicidade e tristeza, disse que sim. E seu pai lhe perguntou por que ele havia feito aquilo.
Foi quando o rapaz respondeu:
- Pai, você se lembra das dificuldades pelas quais passamos em nosso relacionamento ?
O pai respondeu que sim.
- Pois bem, querido pai, todas as vezes que o senhor me tratava mal, brigava comigo, me desprezava ou mesmo me tratava com frieza, eu vinha aqui fora e chorando muito de tristeza, colocava um prego nesta árvore que eu tanto gosto e que o senhor também gosta.
Continuou ele:
- Talvez, pai, eu tenha feito isso como uma forma de deixar registrado em algum lugar além do meu coração, a tristeza que eu sempre senti, pelo senhor me tratar assim.
O pai, chorando copiosamente, mas ainda agarrado ao filho, lhe disse:
- Filho querido, se eu te pedir perdão, você me perdoaria ?
- O filho respondeu, também chorando muito, que sim.
E então o pai prometeu ao filho que mudaria sua vida e que o amaria muito e tentaria recuperar o tempo perdido, tentando fazê-lo feliz. E lhe fez outro pedido:
- Querido filho, se eu te pedir também, que para cada coisa boa que eu fizer daqui pra frente, que te faça feliz, você retira um prego desta árvore ?
O filho respondeu que sim.
E assim eles passaram a viver suas vidas, pela primeira vez, como uma verdadeira família. Uma família feliz. E que conheceu o amor e a felicidade, através do sofrimento.
O rapaz ia se recuperando bem. Sua mãe não sabia o que fazer para agradecer a Deus pelos milagres que Ele lhe havia concedido. E o pai tentando corresponder bem ao amor de seu filho.
Um belo dia, o pai novamente passando perto da árvore, reparou que ela estava sem nenhum prego. Sua felicidade foi muito grande e correu então para chamar o filho e os dois foram até a árvore, onde ele agradeceu a seu filho por ter retirado os pregos como lhe havia pedido.
Seu filho lhe disse que tinha feito aquilo com muito amor e prazer, mas perguntou ao pai o que ele via quando olhava para a árvore agora. O pai respondeu que via uma grande quantidade de marcas de pregos.
Foi aí que o filho lhe disse:
- É meu pai, os pregos eu consegui retirar, mas as marcas ficaram. Essas, eu não sei como, nem quando, vou conseguir tirá-las.

É..., meus amigos, mesmo que vocês pais tenham feito seus filhos encherem a árvore de seu quintal com pregos, ajude-os a retirá-los.
Assumam seu amor por eles. Procurem-nos. Peçam desculpas, abrace-os e beije-os. Não esperem mais tempo. Pode ser que vocês não tenham tempo para fazer isso. Quem sabe ?
Está na hora de deixar o orgulho de lado, as preocupações com vocês mesmos, o medo de perderem a condição de durões. Chegou a hora do amor, do perdão e da reconciliação.
O que está faltando ? Um empurrãozinho ? Considerem-se empurrados.
Não esqueçam que é possível retirar os pregos da árvore . Basta quererem.
As marcas deixadas pelos pregos...? O tempo, a natureza e principalmente o amor, um dia as encobrirão.
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

COMO CONVIVER EM FAMÍLIA ?

Sabem meus amigos, a convivência entre seres humanos é normalmente, muito difícil. Isso, porque envolve diversos aspectos e características inerentes e específicas a cada pessoa, tais como: hábitos pessoais, gênio, orgulho, vontades próprias, necessidade de satisfação pessoal, necessidade de liberdade, sem contar ainda com os aspectos sociais, culturais, psíquicos ,etc. Para cada pessoa, cada aspecto desse e muitos outros ainda, têm valores e graus de incidência variáveis, o que torna de certa forma, e não só por isso é claro, as pessoas tão diferentes. São fatores que podemos dizer, de uma forma bem superficial e simplista, que ajudam a formar o caráter e a personalidade de cada um dos seres humanos.
Quando esse conjunto de fatores de uma pessoa, se confronta com o de outra, há o conflito. Às vezes pode haver o conflito simplesmente porque algum dos aspectos de uma pessoa, tem um valor e uma importância diferente para outra.
Esse conflito pode acontecer em todos os ambientes da convivência humana, tais como: no trabalho, no trânsito, na rua, no restaurante, no cinema, no futebol, na Igreja, na família, etc.
Em alguns ambientes, por força de regras de comportamento e até de leis, essa convivência se torna harmoniosa e sustentável na maioria do tempo ou, se não, os pequenos conflitos que surgem, são tolerados, em vista de algo maior que se deseja alcançar, tal como no trabalho.
Em alguns outros ambientes, consegue-se conviver sem maiores conflitos, pois a convivência é curta, ou seja, de pouca duração, e quase nunca com as mesmas pessoas, tais como: na rua, nos jogos de futebol, etc.
Mas, no ambiente familiar, que é o objetivo nosso, a situação é mais complicada. E já começa a ser difícil, desde o início da formação da família, quando pessoas, às vezes, tão diferentes em vários dos aspectos citados anteriormente, resolvem se casar e passam a viverem juntas.
Como esse é o tipo de convivência que normalmente é a mais longa , mais assídua e contínua, tem grandes possibilidades de levar as pessoas que assim convivem, a conflitos.
Quando as fases do namoro e do noivado, são bem aproveitadas para estreitar o conhecimento mútuo, tão fundamental para qualquer relacionamento após o casamento, a convivência tem muito mais chances de dar certo e de se dar de forma harmoniosa, mesmo durando muito tempo.
Mas, quando o namoro e o noivado, não são utilizadas como tempo de aprimoramento do conhecimento mútuo, mas sim, como tempo de curtição e prazer, de sexo e de superficialidades, a convivência da futura família, terá tudo para dar errado e de se tornar num verdadeiro “inferno”, e terá provavelmente como consequência o desmantelamento da família, com consequências danosas para os filhos, aqueles que não têm culpa nenhuma da situação.
Nisso tudo, ainda existe um fator complicador, que é como falamos, o tempo de convivência. Quando a convivência é boa e harmoniosa, esse fator não interfere tanto, mas quando a convivência é ruim, quanto mais tempo juntos, a situação vai piorando cada vez mais, podendo chegar a uma inversão de sentimentos de tal ponto, que o que era amor, passa a ser verdadeiro ódio e intolerância.
E quando vêm os filhos ?
Para alguns casais, os filhos são realmente verdadeiros presentes especiais de Deus ! São muito esperados, desejados e queridos.
E quando chegam ao mundo, são muito amados.
São reflexos e frutos de um grande amor que une seus pais e conviverão num ambiente de carinho, aconchego, respeito e amor.
Às vezes, vêem até de surpresa, sem terem sido planejados, mas, mesmo assim, são recebidos com grande alegria e amor.
Para outros, são “tábuas de salvação do casamento”. O que é isso? São aqueles casais que não vivem bem e que um dos dois, com maior incidência, a mulher, querem ter um filho, na esperança de “salvar seu casamento”. Acham que um filho, conseguirá mudar a maneira de ser e de agir do seu cônjuge e a partir daí, passarão a conviver em paz no casamento e em família.
Infelizmente, existem pessoas que pensam assim, pois os filhos não deveríam ser frutos de desavenças e “tábuas de salvação de relacionamentos desgastados”, mas sim, como já falamos, deveríam e devem ser frutos do amor de seus pais.
Infelizmente, ainda, essa tentativa errônea, costuma não dar certo na maioria dos casos e acaba piorando tudo, pois quem não deveria arcar com as consequências dessa atitude de desespero, é justamente quem mais vai sofrer com ela. Pois serão os filhos desse relacionamento desajustado é que presenciarão cenas de “desamor explícito” e provavelmente sentirão na própria carne o sabor do abandono, quando esses pais resolverem terminar com essa convivência, e partirem, cada um, para o seu lado, para cuidarem de suas vidas.
Para outros casais, os filhos são consequências de atos impensados e às vezes até de descuido de uma relação sexual inadequada.
Às vezes até, não eram tão desejados naquele momento da convivência de seus pais. Mas, já que aconteceu...
Normalmente esses filhos não serão tratados com o carinho e o amor que merecem. Provavelmente e infelizmente, ainda como crianças, experimentarão a convivência pautada na discórdia, nas brigas, no desamor.
Quando crescerem, se seus pais ainda viverem juntos, participarão das discussões e brigas.
Como vemos, não é fácil conviver. E muito mais difícil é conviver bem.
Mas, como existem pessoas que conseguem conviver com harmonia e em paz dentro de um ambiente familiar?
Sabem meus amigos, também como já falamos, para se iniciar uma família que tenha mais chance de dar certo, é necessário que exista a vocação de seus membros (pai e mãe), para o casamento, assim como existem pessoas que têm a vocação para serem médicos(as), professores(as), engenheiros (as) etc, e outras para serem padres, por exemplo.
Depois, é necessário que haja uma vontade muito grande para a boa convivência, que passa por tomadas de atitudes que muitos não aceitam adotá-las, que entre tantas cito algumas que lhes dará a noção do que eu estou falando. São elas: a renúncia às vontades próprias, em algumas situações; a renúncia em alguns casos, à projetos pessoais; a dedicação incondicional ao outro; a disponibilidade para os filhos; ter grande dose de paciência; e uma outra atitude que eu acho imprescindível em qualquer convivência, principalmente na familiar: “saber engolir sapo”, ou seja, aceitar sem responder ou discutir, palavras ou mesmo situações que nos são infligidas por outros.
É necessário ainda, como também já falamos, que a família passe a ser o projeto mais importante da vida de cada um de seus membros. Ou seja, no caso dos pais, os mesmos deverão ter como prioridade em suas vidas, as ações que engrandeçam e fortaleçam a convivência familiar.
Todas as suas ações, sejam elas: de buscar o sustento de seus membros, de buscar a educação para eles, de buscar um lugar seguro e aprazível para formarem seus lares, enfim, tudo o que fizerem, deverão fazê-lo, pensando sempre, no que será melhor para terem uma boa convivência familiar.
Esse será com certeza o maior bem que poderão deixar para seus filhos.
E ainda, nunca devem esquecer do principal de tudo isso: Deus. Devem colocar Deus como o centro de suas famílias. Assim como Deus é o centro da Igreja, a família como “Igreja Doméstica” que é, tem que ter Deus como ponto central.
Não estou aqui, abordando todos esses aspectos, querendo citar regras ou mesmo ditar normas para que uma família tenha uma boa convivência. Estou apenas abordando alguns aspectos, que dentre tantos outros, podem melhorar a convivência familiar se observados com carinho e perseguidos com persistência e vontade de acertar.
A convivência familiar então, como podemos ver e muitos sentir na própria vida, não é fácil, e acabamos de ver alguns aspectos que a tornam difícil, quando não são discutidos e analisados ainda na fase de namoro e noivado, por aqueles que pretendem formar um dia, uma família feliz.
Mas, existem alguns outros aspectos inerentes a própria condição de criaturas que somos e que fazem parte do nosso próprio desenvolvimento físico e mental. Vejamos.
Quando os filhos ainda são pequenos, são os pais que decidem tudo por eles. O que devem comer e quando; o que devem vestir; o que podem ou não fazer; a que horas devem estudar, brincar, tomar banho; quando devem ir dormir; etc. Pode acontecer um resmungo ou outro, um choro aqui outro ali para os mais agitados, mas nada que uma palavra , uma conversa dos pais, não resolva. Embora alguns pais acham que só conversa às vezes não resolve.
O que é importante, é que os filhos não ficam com raiva de seus pais por isso. No fundo sabem que seus pais gostam deles e que estão fazendo aquilo tudo para o seu próprio bem.
Lembro-me de quando eu era criança, que algumas vezes só as palavras não bastavam para que eu obedecesse a vontade de meus pais, e meu pai, então, que muito me amava e sempre demonstrou isso e que eu amo muito também, utilizava de meios mais severos para me convencer, tais como umas belas chineladas na região apropriada para isso.
Também não estou discutindo se isso é correto ou não. Tenho a opinião de que, não é a chinelada quando bem aplicada (por motivo sério, na hora certa e no lugar certo), que vai levar a criança a ficar traumatizada ou vai influenciar no seu desenvolvimento psíquico, ou algo parecido, como pensam alguns educadores e pais. Embora nunca tenha recorrido a esses meios na criação de meus filhos.
Acho sim, que o que vai afetar o desenvolvimento psíquico, vai traumatizar, vai marcar para sempre a vida de uma criança, é quando seus pais, mesmo nunca tendo encostado um dedo neles, os ofendem verbalmente, os tratam com desprezo, com arrogância, não os deixam se expressar, não lhes dão carinho, afeto e amor. Nunca disseram que os amam. Nunca os beijaram.
Isso sim, é muito mais traumatizante para qualquer criança, adolescente, jovem e até adulto.
Nessa fase, ainda de criança, normalmente não há conflitos na convivência dos filhos com seus pais, e os filhos, ao contrário, vêm seus pais como verdadeiros heróis. Eu via o meu dessa forma.
Pois bem, quando os filhos vão crescendo e atingem a adolescência e começam a entender e a conhecer várias coisas, começam a surgir os problemas e os conflitos na convivência entre pais e filhos.
É nesse momento que os filhos passarão a ver seus pais como eles verdadeiramente são. Ou seja, pessoas comuns, que não têm nada de heróis. Que erram, têm problemas pessoais próprios, que têm também medos, dúvidas, inseguranças. Que passam por dificuldades. Enfim, são pessoas normais, iguais a qualquer ser humano.
Isso tudo faz desmoronar a máscara de heróis que os próprios filhos, quando crianças, tinham colocado em seus pais.
Quando, no entanto, os pais são bondosos, carinhosos, abertos ao diálogo e preocupados com seus filhos, os heróis são substituídos por verdadeiros amigos, que passam a compartilhar os anseios, as dificuldades, as confidências, etc, de seus filhos.
Aí há espaço para uma boa convivência entre pais e filhos.
Mas, quando os pais são pessoas egoístas, infiéis, radicais, mandonas, etc, deixam transparecer toda a sua condição de seres humanos falhos, inacabados e infelizes. E quando ainda, transferem todo esse comportamento para a relação com seus filhos, temos uma convivência familiar infeliz.
E para piorar, dentro desse círculo vicioso que se torna essa convivência, com medo de dar o “braço a torcer” e perderem dessa forma sua condição de mandantes absolutos e donos da verdade, os pais procuram manter a prepotência, o mando, o controle exagerado, radical e sufocante sobre todas as ações de seus filhos, inibindo-os de crescerem, até como pessoas.
São filhos que se tornam adultos frustrados e infelizes e que terão uma grande possibilidade, se não derem uma guinada de 180 graus em suas vidas, de fazerem a mesma coisa com seus filhos e assim por diante.
Conheço, nessa minha caminhada com jovens, alguns que tinham tudo para serem pessoas felizes, pois são bonitos, têm estudo, uma certa condição financeira, participam de grupos de jovens ajustados e de boa formação. Mas, comportam-se como jovens do contra, ou seja, carregam todo o problema que vivem em seus lares para os ambientes onde vivem, mas, de forma velada, não declarada, e assumem um comportamento de rebeldia sem causa, agem de forma a desagregarem os grupos onde convivem, nunca se integram totalmente aos grupos, embora também não os abandonem, sentem-se sempre discriminados (embora isso faça parte somente de sua maneira de pensar), fazem fofocas de seus amigos e colegas, normalmente têm namoros conturbados, copiando muitas vezes características de comportamentos de seus pais, que por sua vez, assimilaram essas mesmas características de seus avós, que eram pessoas de convivência difícil e que tinham famílias desestruturadas, por esse mesmo motivo.
É necessário que esses jovens acordem para a realidade que estão vivendo e vejam que seus comportamentos não os levarão a lugar nenhum saudável, mas sim a serem adultos muito parecidos com seus pais, aqueles mesmos que eles questionam seus comportamentos.
A convivência familiar desses jovens, muitas vezes, continua a existir, somente como pessoas que se toleram. Que muitas vezes vivem sob o mesmo teto, mas, nem se falam ou se “olham”.
Alguns jovens, no entanto, de forma pior ainda, a partir dessa convivência errada e infeliz, que deveria ser solucionada internamente em seus lares, partem para buscarem a “solução” fora desse ambiente familiar. Aí buscam as drogas, o sexo, a rebeldia contra a sociedade, se juntando a grupos afins, passam a ter uma vida sem rumo e sem esperança.
Queridos filhos e pais, Deus não nos criou para vivermos sozinhos. O ser humano, é um ser sociável e altamente adaptável às diversas circunstâncias especiais que podem ter o meio ambiente onde vivem. Haja visto, que existem pessoas que vivem nos lugares mais inóspitos da Terra, onde o frio é intenso ou onde o calor é escaldante. Onde a terra é infértil ou onde existe pouca terra; e todos conseguem se adaptar.
Por que então, não conseguimos nos adaptar e superar as dificuldades que são inerentes ao relacionamento humano, e dessa forma, possamos ter uma convivência familiar harmoniosa e feliz ?
Deus nos deu a capacidade para superar tudo, e mais, nos deu também o “caminho das pedras” para sermos felizes na convivência humana e principalmente familiar.
Então por que muitos não são felizes nessa convivência ?
Só pode ser porque não querem ser felizes. É a única resposta que encontro.
Se você meu jovem, se você pai, se você mãe, não se sente feliz na sua convivência familiar, mude de comportamento, busque a felicidade. Ela está a seu lado. Ela está dentro de você. Mas, busque também, fazer o outro feliz, pois nessa pequena sociedade, a família, não pode existir quem seja feliz e quem seja infeliz (na mesma família). Ou todos são felizes, ou vamos buscar aquele que assim não está se sentindo, para fazê-lo feliz também. Pois, a boa convivência familiar, é conseguida quando cada um dos membros da família (pai, mãe, filhos, tios, avós, etc), busca ser instrumento eficaz para o crescimento e a felicidade do outro, além da sua própria felicidade, que está também, em ver o outro feliz.
A boa convivência familiar é conseguida também, quando cada membro da família, transforma as dificuldades em degraus que os levará a atingirem a felicidade, e não em pedras que tornarão o caminho mais difícil.
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

AMOR MAIOR

Como vimos anteriormente, a convivência entre pais e filhos, é, e sempre foi meio complicada. Isso é histórico.  
Mas o abandono, o desprezo, a falta de carinho e a falta de amor, não são normais. Isso é um distúrbio grande no relacionamento de dois seres humanos, ainda mais se forem pais e filhos.
Por isso se você meu amigo, acha que o que já aconteceu não tem mais jeito, repense esse seu conceito. Pois tem jeito sim.
Como já falei, nada do que tenha acontecido num relacionamento de pai e filho, pode ter sido tão grande, tão errado e tão sério, que seja maior que o AMOR. Tenha certeza disso.
Foi o próprio Jesus Cristo que o falou. E foi Ele que deu a maior prova de amor por nós. Pois por nós, morreu crucificado numa cruz. E ainda, antes de morrer, nesta mesma cruz, disse: “ Pai, perdoai-os pois eles não sabem o que fazem ”. E se isso não bastasse, ainda nos deu a sua mãe, como nossa mãe: Nossa Senhora.
Cristo, em toda a sua caminhada e anúncio do Reino de Deus e da nossa Salvação, resumiu ainda, toda a sua evangelização, em um único mandamento: O MANDAMENTO DO AMOR !
E disse para que nós nos amássemos uns aos outros como a nós mesmos, e como Ele nos amou.
Esse é o sentimento que tem que prevalecer no relacionamento entre pais e filhos. O AMOR.
Não sei se vocês, meus amigos, se lembram de um caso que abalou a cidade do Rio de Janeiro, em maio de 2003, quando, segundo as reportagens dos jornais da época, que recolheram declarações dos amigos da família, que estavam atônitos, um pai dedicado e marido carinhoso, engenheiro de 57 anos, matou a tiros a mulher, de 48 anos, e as filhas de 19 anos(a quem chamava de “minha princesa”) e a de 14 anos (que era a sua “maricotinha”) e em seguida suicidou-se.
Foi uma comoção geral e as pessoas ficavam se perguntando o que levaria um pai de família, que demonstrava gostar tanto de sua família, a acabar de uma hora para outra, com a vida de todos, inclusive a sua própria.
Alguns amigos da família, começaram a especular que o motivo poderia ter sido financeiro, pois o pai lutava muito e não media esforços para dar tudo o que suas filhas queriam e para sustentar os sonhos de consumo de sua esposa. Alegava-se na época que ele estava em sérias dificuldades financeiras e que não conseguiu superar a crise em que se encontrava, e que provavelmente não viu outra saída a não ser a morte de todos, para que ninguém passasse pelo “vexame” de ter empobrecido.
Ninguém na realidade, a não ser o próprio autor deste ato de desespero total, pode saber o que realmente passou na cabeça daquele pai de família para chegar a esse ato extremo.
Mas, podemos questionar se não faltou alguma coisa no coração daquele pai que fosse maior do que todo o desespero que ele pudesse ter.
E talvez, esse algo que estivesse faltando no coração daquele pai, se lá estivesse, não teria deixado ele entrar em desespero.
E faltou também, talvez, pois não se pode julgar, algo no coração não só do pai, mas de toda aquela família, e que devido a isso, não tiveram forças para superarem as dificuldades comuns e normais em qualquer família, e impedindo ainda, que a mãe e suas filhas percebessem, a angústia que aquele pai estava passando.
Não vale a pena ficar aqui, agora, conjecturando, sobre o que se passou, mas talvez questionar: Será que aquela família não conseguiu colocar Deus, como presença viva em seus corações?
Meus amigos, um sinônimo que se pode dar para a palavra desespero, é, “ausência do amor de Deus”. Não porque Deus nos abandona, mas porque às vezes não estamos com nossos corações totalmente abertos ao Seu amor.
E o desespero pode tomar conta do nosso ser, quando deixamos “outros deuses” (tais como: o dinheiro, a posição social, o ter cada vez mais, a ostentação, etc), tomar o lugar do Deus verdadeiro e único.
Novamente, não estou aqui para julgar, e peço perdão se estou sendo muito duro nas minhas observações, mas citei esse caso , que muito me abalou e me entristeceu, para que, através do acontecido, outras famílias que ainda não colocaram o verdadeiro Amor dentro de seus lares, reflitam sobre tudo isso, e o façam sem demora.
Me lembro ainda, que na própria página de um dos jornais que li sobre o acontecido, vieram algumas palavras do nosso querido Padre Jorjão, que na época celebrou uma missa pela família que tinha sofrido aquela grande tragédia, e, dirigindo-se a uma multidão de jovens e pais ali presentes, disse:
“Preocupem-se menos com o ter e mais com o ser. Vão para casa, abracem as famílias. Abracem seus pais, suas mães, e entendam que o grande valor da vida está na família.. Cerquem-se de amor e não de valores materiais.
Estamos assistindo a uma juventude que não consegue resistir aos apelos do consumo, que não sabe dizer não ao dinheiro. O que é seu, precisa ser melhor que o do vizinho. Não sobrevivem sem grifes, sem viagens, sem compras, sem restaurantes caros. Não são capazes de estar sozinhos, com um bom livro, com a sua consciência, com a sua família. Vivem em bandos, não convivem com o silêncio nem com a solidão. E cobram dos pais, cobram sempre, querem mais. (...)
Filhos nossos, adolescentes, jovens, por favor, reflitam enquanto é tempo. Dividam com seus pais as dificuldades. Pais, partilhem com seus filhos seus momentos, bons e maus. Unam-se, somem, em vez de dividir. Encurtem distâncias. O dinheiro ou a falta dele não pode mais, de jeito algum, tirar vidas. E pais desesperados devem saber que, junto com suas famílias, sempre encontrarão uma luz no fim do túnel.”
É, meus amigos, somente o amor mútuo e verdadeiro, pode sobrepujar-se às dificuldades que surgem a todos os momentos em nossas vidas e em nossas famílias.
Por isso, devemos "lutar" para que vivamos sempre no amor. Não é fácil. Sabemos disso. Mas, também não é impossível. E para nos ajudar a viver esse amor, nada melhor do que a presença de Deus entre nós. Devemos procurá-lo, devemos aceitá-lo, devemos pedir a sua presença no meio da nossa família. A convivência religiosa dos memnros da família, na Igreja, nos ajuda muito a manter-nos perto de Deus e por conseguinte, da vivência do amor.
Como dizia o Pe. Jorjão, um pouco acima, amem-se como família!
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

ONDE ENCONTRAR O AMOR DE DEUS ?

Me lembro que há algum tempo atrás, recebi uma mensagem que me comoveu muito quando a li.
Divulguei-a para os jovens com quem tenho mais contato, e gostaria nesse momento de compartilhá-la com vocês. Não sei a sua autoria, mas, sem sombras de dúvidas quem a escreveu tinha um recado muito importante para passar para outras pessoas, outros jovens, e isso é fruto do amor.
Então eu não posso guardá-la só para mim. Dizia a mensagem:
Um dia, há muitos anos atrás, eu estava de pé na porta da sala, esperando meus alunos entrarem para nosso primeiro dia de aula do semestre.
Foi aí que vi Tom, pela primeira vez. 
Não consegui evitar que meus olhos piscassem de espanto. Ele estava penteando sua vasta cabeleira de cabelos longos e muito louros. Eu nunca vira um rapaz com cabelos tão longos. Acho que a moda estava apenas começando nessa época.
Mesmo sabendo que o que importa não é a aparência, mas o que vai dentro da pessoa; naquele dia eu fiquei um pouco chocado.
Imediatamente classifiquei Tom com um “E” de “estranho” ... Muito estranho !
Ele acabou se revelando o “ateu de plantão”, do meu Curso de Teologia da Fé. Constantemente, fazia objeções ou questionava sobre a possibilidade da existência de um DEUS que nos amasse incondicionalmente.
Convivemos com relativa paz durante o semestre, embora eu tenha que admitir que às vezes ele era bastante incômodo.
No fim do curso, ele se aproximou e me perguntou, num tom irônico: O senhor acredita mesmo que eu possa encontrar DEUS algum dia ?
Resolvi usar uma terapia de choque e então respondi:
- Não, eu não acredito !
- Ha! Ha! Ele respondeu.
- Pensei que era este o produto que o senhor esteve tentando nos vender nos últimos meses.
Eu deixei que ele se afastasse um pouco e falei, bem alto:
- Eu não acredito que você consiga encontrar DEUS, mas tenho a absoluta certeza de que ELE o encontrará um dia !
Ele deu de ombros e foi embora da minha sala e da minha vida.
Algum tempo depois, soube que Tom tinha se formado... Mas, em seguida recebi uma notícia triste. Ele estava com um câncer terminal.
E antes que eu resolvesse se ia à sua procura, ele veio me ver.
Quando entrou em minha sala, percebi que seu físico tinha sido devastado pela doença e que os cabelos longos não existiam mais, devido à quimioterapia. Entretanto, seus olhos estavam brilhantes como nunca e sua voz era firme, bem diferente daquele garoto que conheci.
- Tom, tenho pensado muito em você. Soube que você está doente! Falei.
- Ah, é verdade, estou seriamente doente. Tenho câncer nos dois pulmões. É uma questão de semanas, agora.
- Você consegue conversar bem a esse respeito?
- Claro, o que o senhor gostaria de saber?
- Como é ter apenas 24 anos e saber que está morrendo ?
- Acho que poderia ser pior.
- Como assim, perguntei ?
- Eu poderia estar ainda com meus 15 anos e ser como era antes. Acreditando que os prazeres da vida é que são tudo e me davam a auto-suficiência . Não precisava de DEUS.
- Ou ter sessenta anos e não ter noção de valores ou ideais. E achar que a vida não valeu nada !
Lembrei-me da classificação que atribuí ao Tom, quando o vi pela primeira vez: “E” de “estranho” ...!
... E com o coração já muito apertado, senti as lágrimas começarem a brotar de meus olhos.
- Mas a razão pela qual eu realmente vim vê-lo, disse Tom, foi a frase que o senhor me disse no último dia de aula.
(Ele se lembrava...!)
Tom continuou:
- Eu lhe perguntei se o senhor acreditava que eu encontraria DEUS algum dia e o senhor respondeu “Não”; o que me surpreendeu.
Em seguida, o senhor disse, “mas, ELE o encontrará”. Eu pensei um bocado a respeito daquela frase, embora na época não estivesse muito interessado no assunto.
- Mas, quando os médicos removeram um nódulo da minha virilha e me disseram que se tratava de um tumor malígno, comecei a pensar com mais seriedade sobre a idéia de procurar DEUS.
- E quando a doença se espalhou por outros órgãos, comecei realmente a dar murros desesperados nas portas de bronze do Paraíso.
- Mas DEUS não apareceu.
- De fato, nada aconteceu.
- O senhor já tentou fazer alguma coisa por um longo tempo, sem sucesso, me perguntou ele ?
Antes que eu falasse algo, disse em seguida:
- A gente fica cansado, desanimado, perdido e solitário...
- Um dia, ao invés de continuar atirando apelos para os lugares onde imaginava que DEUS poderia estar. Eu desisti, simplesmente.
- Decidi que de fato não estava me importando com DEUS, com uma possível vida eterna ou qualquer coisa parecida. E decidi utilizar o tempo que me restava fazendo alguma coisa mais proveitosa.
- Pensei no senhor e nas suas aulas e me lembrei de uma coisa que o senhor havia dito noutra ocasião:
- “A tristeza mais profunda e sem remédio, é passar pela vida sem amar. E é quase tão triste, como passar pela vida e deixar este mundo sem jamais ter dito às pessoas queridas o quanto você as amou”.
- Então resolvi começar pela pessoa mais difícil: Meu Pai !
- Ele estava lendo o jornal quando me aproximei dele:
- Papai ! Eu disse.
- Sim, o que é ? Ele perguntou, sem baixar o jornal.
- Papai, eu gostaria de conversar com você.
- Então fale.
- É um assunto muito importante!
O jornal desceu alguns centímetros, vagarosamente.
– O que é ?
- Papai, eu te amo muito !
- Só queria que você soubesse disso !
O jornal escorregou para o chão e meu pai fez duas coisas que eu jamais havia visto:
Ele chorou e me abraçou com força !
E conversamos durante toda a noite, embora ele tivesse que ir trabalhar na manhã seguinte.
- Foi tão bom poder me sentar junto do meu pai, conversar, ver suas lágrimas, sentir seu abraço, ouvi-lo dizer que também me amava !
Foi uma emoção indescritível !
- Foi mais fácil com minha mãe e com meu irmão mais novo.
Eles choraram também e nós nos abraçamos e falamos coisas realmente boas uns para os outros. Falamos sobre as coisas que tínhamos mantido em segredo por tantos anos, e que era tão bom partilhar.
Naqueles momentos eu só estava lamentando uma coisa. Que eu tivesse desperdiçado tanto tempo da minha vida, me privando de momentos tão especiais.
- Sabe professor, eu estava apenas começando a me abrir com as pessoas que amava. E estava me sentindo tão bem. Que Felicidade !
- Então, um dia, eu olhei, e lá estava ELE.
ELE não veio ao meu encontro quando LHE implorei. Parece que estava agindo como um pastor, que vigia de longe sua ovelha que está se desgarrando do rebanho, mas vai cercando-a e ajudando-a para que ela mesma retome o caminho de casa.
- Descobri que DEUS age a seu tempo.
- Mas, o que importou mesmo é que ELE estava lá.
- ELE me encontrou...!
- O senhor estava certo. ELE me encontrou mesmo depois de eu ter desistido de procurar por ELE.
- Tom, eu disse, com as lágrimas rolando pelo rosto. O que você está dizendo é muito mais importante e muito mais universal do que você pode imaginar. Para mim, pelo menos, você está dizendo que a maneira certa de encontrar DEUS, não é fazendo DELE um bem pessoal, uma solução para os nossos problemas ou um consolo em tempos difíceis, mas sim tornando-se disponível para o verdadeiro AMOR.
- O apóstolo João disse isto:
“DEUS é AMOR e aquele que vive no Amor, vive com DEUS e DEUS vive com ele”.
- Posso lhe pedir um favor, disse o professor ?
- Você narraria esta sua maravilhosa história de vida aos meus atuais alunos, do Curso de Teologia da Fé ?
- Oooh...! Eu me preparei para vir vê-lo, mas não sei se estou preparado para enfrentar seus alunos.
- Então pense nisto. Se você se sentir preparado telefone para mim.
Alguns dias mais tarde, Tom telefonou e disse que falaria com a minha turma. Ele queria fazer aquilo por DEUS e por mim. Então marcamos uma data.
Mas, o dia chegou...
E ele não pôde vir.
Ele tinha outro encontro, muito mais importante que aquele...
Ele tinha um encontro pessoal... Com DEUS !

É...Meus amigos, por que esperar mais? Por que guardar esse amor dentro do seu coração e se negar a dividi-lo com os outros? Por que adiar mais dizerem-se que se amam, vocês, PAIS e FILHOS ?
Vamos lá, não esperem mais ! Essa é a hora! Esse é o momento! Feche seu computador, abrace e beije seu filho, sua filha. Diga que os ama. Não precisa motivos para isso. Simplesmente diga!
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

COMO SERÁ MINHA FAMÍLIA AMANHÃ ?

Essa meus amigos, é uma pergunta que aflige a maioria dos jovens que hoje em dia têm problemas em suas atuais famílias.
E não é para menos que eles tenham esse tipo de dúvida em seus corações. Afinal, qual é a experiência que eles têm de uma família ?
Em sua maioria, esses jovens têm uma experiência negativa de família, pois vivem de alguma forma, numa, que só lhes traz medo, tristezas, preocupações, sentimento de abandono, incertezas etc.
Onde presenciam em muitos casos a discórdia, o desprezo, a indiferença, a infidelidade e a falta de respeito e amor entre seus pais.
Não dá para acreditar na família dessa forma. Pois o que passa pelas cabeças desses jovens, é que eles também terão problemas de relacionamento com suas esposas e filhos e sofrerão da mesma forma como vêm sua família atual sofrer.
A nossa geração atual, de pais e mães, está criando uma situação muito perigosa e complicada, pois como esses jovens não têm o sentido de família, e nem perspectivas boas para seus futuros relacionamentos, buscam outras formas que possam lhes dar a sensação de alívio desses seus problemas, mesmo que momentaneamente, ou mesmo possam mantê-los desviados deles. As drogas.
É muito triste verificar essa realidade entre os jovens. E por algumas vezes em conversas com alguns deles, lhes questionamos: Como vocês pretendem encarar e tentar resolver esses problemas ?
Muitos nos responderam que não sabiam. Outros diziam que iriam tentar se casar de qualquer maneira, se desse errado, separaríam-se.
Nos diversos cursos de Preparação para o Casamento que eu e minha esposa participamos ao longo dos 20 anos que trabalhamos com famílias, encontramos vários casais de noivos que estavam prestes a se casarem, e que pensavam em se casar como uma tentativa, era um jogo de risco. E a resposta era sempre a mesma: Se não der certo, separamos. Ou seja, aqueles jovens já iam para o casamento, com o pensamento de que aquele gesto seria uma tentativa e se não desse certo simplesmente se separariam.
É claro que em todos esses casos, nós e outros casais que trabalham nesses Cursos Preparatórios para o Casamento, sempre aconselhamos aos casais que assim pensavam, a darem um tempo, ou seja, aconselhávamo-os que aguardassem mais um pouco de tempo antes de se casarem, para tentar verificar se era aquilo mesmo que queriam. Se era realmente a intenção de ambos assumirem aquele compromisso, perante Deus e a Sociedade, de forma sincera e sem dúvidas. E até para darem um tempo para se conhecerem melhor, analisando alguns aspectos importantes que muitas vezes passavam desapercebidos por eles e que eram alertados nas palestras de preparação para o casamento que são dadas nesses cursos.
Mas uma coisa é certa, não existe nada mais eficaz para a formação do verdadeiro sentido de família nos jovens, do que o exemplo dos seus pais. Quando esse exemplo é de harmonia, compreensão, fidelidade, amizade e amor, entre tantos outros valores verdadeiros, faz mais efeito do que qualquer palavra.
É através desse exemplo que os jovens vão gradativamente formando e fortificando em suas consciências e em suas personalidades, os conceitos de verdadeira família ajustada e feliz. E isso, será carregado por eles para ajudá-los a formarem suas próprias famílias e a encararem as dificuldades normais em qualquer casamento e família.
A grande diferença, é que eles terão fortificados em suas cabeças e em seus corações, que é possível ser feliz no casamento e na família e que eles vão ter que encontrar os caminhos que os levarão a essa felicidade, em conjunto com seus cônjuges e filhos.
Uma coisa que ajuda muito aos jovens que pretendem formar suas famílias de forma correta e harmoniosa, é a religião, ou seja, é a presença de Deus junto dos casais e das famílias.
É necessário que os casais quando vão se casar, levem para dentro de suas casas o Deus de amor e misericórdia que criou a todos nós e que nos ama, a cada um, com um amor inimaginável, mas sensível.
Só assim, com a presença de Deus dentro de nossos lares, convivendo o dia-a-dia com pais e filhos, é que cada membro pensará duas vezes antes de dizer alguma coisa que possa magoar o outro. Só assim o esposo ou a esposa, pensarão duas vezes antes de caírem na tentação da infidelidade. Só assim pais e filhos, pensaram duas vezes, antes de dizerem-se coisas que possam se magoar mutuamente, ou mesmo tomar atitudes um para com o outro, que possam ferir e entristecer ao outro.
Ou seja, independente da religião que cada um professe, a presença de Deus é fundamental dentro das famílias. É Deus, que nos ajudará a nos questionarmos sempre, quando estivermos agindo contra a família.
Esses conceitos é que devem existir nas mentes e corações dos jovens que tentarão formar suas famílias.
Independentemente do que esses jovens passaram ou passam dentro de suas famílias, eles devem ter consigo que não precisarão, nem deverão agir da mesma forma que seus pais agiram ou agem com eles.
Sei que não é fácil. Pois é muito difícil dar o que não se tem. É muito difícil dar atenção, carinho e amor para seus filhos, se você não conhece o que é isso, por nunca ter recebido estas demonstrações de afeto de seus pais.
Mas é preciso quebrar esse círculo vicioso. E mais uma vez, volto a frisar: a presença de Deus dentro das famílias é uma grande ajuda para que essa família prospere e seja feliz, independentemente do que seus membros passaram quando viviam em suas famílias de origem.
Quando falo da presença de Deus dentro das famílias, estou falando da presença de Deus dentro dos corações de todos os seus membros.
Por isso ainda, é muito importante que esses jovens que sofrem hoje em dia com o abandono e a indiferença de seus pais, voltem-se desde já para Deus. Pois independentemente se têm intenção ou não de se casarem e de formarem famílias, a presença de Deus em suas vidas nesses momentos difíceis por que passam, lhes dará a força para suportarem esse sofrimento, lhes dará o alento, a confiança no amanhã e a esperança em dias melhores. Esperança essa que só Deus pode realmente lhes dar.
Da mesma forma, é muito importante, que os jovens que estão namorando ou noivando, com intenções de formarem uma família, no futuro, com seus atuais namorados ou noivos, saibam o quanto é importante essa fase de preparação, em suas vidas, para que tenham uma maior chance de serem felizes após o casamento.
O namoro é a primeira fase que acontece dentro de um relacionamento de um jovem com uma jovem, independentemente se pretendem chegar ou não ao casamento.
É a fase inicial do conhecimento mútuo.
Mas, infelizmente, para muitos jovens de hoje em dia, não passa de uma fase de apertos, amassos, beijos, carícias e em alguns casos, de outras “coisitas” mais.
Como fase de conhecimento, deveria ser aprofundada, de forma a que cada um começasse a conhecer o outro mais profundamente, em sua maneira de ser, seu comportamento em diversas situações, sua maneira de pensar, seus gostos, suas manias, seu temperamento, sua espiritualidade, sua opinião sobre diversos temas importantes, sua opinião sobre família, sobre sexo, seus anseios profissionais, seus sonhos, etc.
Embora, com tudo isso, o namoro é uma fase que deve ser também de alegria e de satisfação, afinal, o jovem ou a jovem, está namorando alguém de quem gosta, e por quem tem interesse. E normalmente, é uma escolha livre e consciente.
O namoro deve trazer felicidade a ambos. Ou seja, os namorados devem sentir-se satisfeitos e alegres por estarem namorando. Devem se sentir bem em estar, um na presença do outro.
Estou falando isso, pois conheço alguns jovens, que ao começarem a namorar, tiveram suas vidas mudadas radicalmente, ou seja, se afastaram dos grupos que conviviam, se afastaram da Igreja, às vezes se afastam da família; e transformam seus namoros em um envolvimento quase que secreto, quase que uma seita a dois, onde tudo é meio turvo, onde vê-se que nenhum dos dois é plenamente feliz, onde às vezes, um é esteio para o outro simplesmente para compartilharem problemas.
Conheço jovens que continuam namorando, pois só têm um ao outro para compartilharem suas tristezas, suas angústias, suas infelicidades. Normalmente não têm famílias ajustadas, não têm bom relacionamento com seus pais, etc.
Enfim, esse tipo de namoro só traz infelicidade para ambos. Poderiam, simplesmente, serem bons e verdadeiros amigos.
Chegam a tal ponto, nessa relação doentia, que não conseguem viver um afastado do outro. Vivem literalmente agarrados. Sentem-se totalmente inúteis se não estiverem juntos.
Às vezes só se vêem um ao outro, não importando o mundo que está ao seu redor. Desta forma, vivem se agarrando em público, se esfregando, etc; e só não fazem outras coisas em público, pois talvez corram o risco de serem presos, imaginando eu, que isso ainda possa acontecer nessa sociedade em que o sexo é tão liberado e distorcido.
Esse é o tipo de namoro que deve ser interrompido, se não, profundamente analisado e discutido pelos namorados. Pois não está acrescentando nada àquele conhecimento que falei ainda pouco.
É normal e natural, que duas pessoas que namoram, sintam vontade de estarem juntos um do outro, de se acariciarem, de se beijarem. Mas, tudo isso tem que ser feito de forma natural e harmoniosa, e sem necessidade de demonstrações públicas, de forma a que se em algum momento, não puderem estar juntos, por motivos diversos, de estudo, trabalho, etc; não se sintam infelizes e desesperados. Mas sim, que consigam realizar as coisas da vida particular de cada um, de forma tranquila. Que sintam saudades, se telefonem, conversem bastante. Isso tudo é normal. Só não o é quando o namoro parece mais uma doença a dois, do que a busca conjunta pela felicidade de ambos.
O namoro tem que ser a tal ponto sadio, que se transforme numa relação que traga paz, felicidade e até forças para que os namorados realizem suas tarefas diárias com mais afinco, com mais sabor, com mais empenho, pois são felizes e estão de bem com a vida.
Normalmente o namoro começa com uma paixão ardente. Aquela na qual a namorada pensa: “achei o homem da minha vida! Ele é maravilhoso, simpático, bonito, inteligente, etc... Que gato!”
Da mesma forma pensa o jovem namorado: “Uau! Que gata! Tem que ser minha!” E parte para a “luta” da conquista.
Tudo isso é muito bonito e faz parte do jogo da sedução, pelo qual, normalmente passam todos os jovens e até algumas pessoas mais maduras.
Mas, continua sendo muito importante, que ambos tenham os pés no chão e saibam o que querem de suas vidas e com quem vão querer compartilhá-la.
O relacionamento entre duas pessoas, que normalmente começa com o namoro, também não deve e não pode ser fundamentado somente na aparência física, pois os jovens devem saber que um dia a beleza daquela menina vai passar, as rugas vão aparecer, os cabelos vão embranquecer, etc., da mesma forma, as jovens devem saber que um dia os músculos daquele menino vão se transformar numa barriguinha acentuada, que as rugas e os cabelos brancos também vão aparecer, que a sua capacidade física vai dar lugar a certa limitação para movimentos bruscos, etc. E aí ? Como vai ficar o relacionamento quando isso começar a acontecer ?
O relacionamento entre duas pessoas que verdadeiramente se amam, deve ser pautado, na beleza sim, mas principalmente naquela que vem de dentro. Deve ser visto o interior do coração um do outro. O que está guardado lá dentro? Quais são os valores que o meu namorado ou a minha namorada tem? Como é o seu gênio? Como reage quando contrariada (o)? Quais são os seus gostos? O que pensa sobre coisas importantes da vida? Quais são os seus sentimentos com relação da família? Se irrita à toa? Nunca pede desculpas? Etc...
Muitos jovens pensam que um determinado comportamento que o seu namorado ou sua namorada tem agora, durante o namoro, e que não lhe agrada ou não é muito correto, vai mudar depois do casamento. Não diria que isso é impossível, mas, pelo que temos visto por aí, nessa nossa caminhada junto a casais e famílias já formadas, essa mudança não acontece. Ao contrário, as vezes, algum defeito que existe antes do casamento por parte de um dos dois e que não se consegue mudar ainda na fase do namoro ou noivado, se agrava após o casamento. Por isso é muito importante que os jovens analisem-se muito quanto ao comportamento de cada um e se existe algo errado e que não se consegue mudar, pois depois, vai ser muito pior.
Novamente, não estou dizendo que as pessoas não podem mudar, se quiserem e se esforçarem. Estou simplesmente dizendo que tem que ser observado com muito cuidado e atenção, para ver se aquilo que você acha errado no seu namorado ou na sua namorada, terá importância fundamental, no casamento, caso um dos dois não consiga mudar.
É importante também que durante o namoro, além dos defeitos, sejam observadas as virtudes e as qualidades um do outro.
Aquela história de que “o amor é cego”, também só funciona, se o autor quiser, em novelas e filmes. Na vida real, o amor tem que enxergar muito bem, pois vai depender disso para que os dois encontrem a verdadeira felicidade. O amor vai ajudar e muito, para que muitas coisas sejam relevadas durante o relacionamento, dentro do casamento, assim como para permitir que um, abra mão de vontades próprias, em favor do bem estar do outro e vice-versa.
É muito importante ainda, durante o namoro, que ambos saibam se preservar para o futuro, ou seja, saibam “segurar a onda”, como se diz hoje em dia.
Sei que muitos pais e filhos, podem achar isso meio arcaico. Como falar em virgindade, numa sociedade na qual, existem alguns pais que, ao invés de educarem corretamente, seus filhos em matéria de sexo, distribuem para eles camisinhas, quando completam 10, 11 ou 12 anos, como uma família que conheci há algum tempo atrás, cujos pais ao me contarem isso, diziam que o estavam fazendo para preservar seus filhos da AIDS e permitir-lhes que já tivessem uma iniciação sexual, sem riscos. Sem contar que o próprio governo, seja no nível que for, também incentiva essa prática e estão pensando até em colocar máquinas automáticas de camisinhas nas escolas públicas, para que as crianças e jovens que quiserem possam pegá-las. Se eu não estou ficando louco, acho que alguém está. Mas, isso é conversa para outra ocasião, e
gostaria de abrir um parênteses aqui, para dizer, que não estou discutindo o assunto mais profundamente, nem os riscos da AIDS, etc. Pelo menos não nesse livro, embora tenha minha opinião formada sobre o assunto.
Mas, estou tentando sim, alertar os pais, para que passem a educar e a discutirem com seus filhos mais profundamente a questão do sexo e da própria virgindade. Essa sim, é a forma mais segura que existe de não contrair qualquer tipo de doença, seja ela qual for; além de permitir a seus filhos que se guardem para o momento propício de demonstrarem seu amor através do ato sexual, dentro do casamento, com a pessoa que realmente amam e que estarão formando uma família, fundamentada em preceitos e valores corretos. Com certeza, esse casamento tem mais um ponto a seu favor, dentre tantos outros, para o seu sucesso. Pois se conseguiram se guardar e resistir a todas as tentações, até chegarem ao casamento, com certeza serão cônjuges que serão fiéis um ao outro, fortificados pelo amor e as Bênçãos de Deus.
O que se vê também, infelizmente, é que alguns jovens chantagistas, usam ainda hoje, daquele artifício que vem de muito tempo atrás, para manterem seus namoros, e aproveitando da fascinação e do envolvimento de suas namoradas, pedem a elas “uma prova de amor”. E através desse artifício sujo, transformam, as vezes, as vidas de meninas novas, em verdadeiros calvários, pois como consequência desse ato errado, as mesmas passam a ter responsabilidades, deveres e compromissos que as impedem de serem jovens, de curtirem a vida, como é natural em suas idades. Pois, ao invés disso, terão a responsabilidade de criar um filho, muitas vezes sem pai.
E pior, muitas vezes indesejado, tanto pelo namorado quanto pela namorada, e até pelas famílias de ambos, que ao invés de apoiarem a jovem, já que o fato já se consumou e é irreversível, abandonam-na a sua própria sorte, quando não cometem o crime maior de sugerir que aborte seu próprio neto.
É pela falta do relacionamento entre pais e filhos, no aspecto da sexualidade e do sexo, e até pela falta de exemplo e atenção, que cada vez mais cedo, meninas de até 10 anos de idade, estão se tornando mães.
O que será dessa família, se é que podemos chamar assim, formada por uma criança de 10 anos e por outra de meses, seu filho ? Como será o relacionamento entre pais e filhos, nessa nova família, que já começou totalmente errada ?
Como diz o professor Felipe Aquino, em seu livro “Família, Santuário da Vida”:
“O tempo do namoro não é o tempo adequado para a vida sexual. A doação do corpo a alguém é a última coisa que deve se feita, e só depois que toda a vida foi entregue e só depois que se assumiu um compromisso, para sempre, de viver juntos na fidelidade e no amor. Antes disso e sem isto, o sexo fica vazio, apenas prazer.” E eu poderia complementar: apenas prazer animal.
E continua o professor Felipe: “O sexo é a manifestação mais profunda do amor do casal. Aí cada um não doa ao outro presentes, flores, palavras apenas, mas o próprio corpo, a mais profunda intimidade. Por isso, não pode haver relações sexuais sem que a entrega das vidas tenha sido definitiva. E isto só acontece no casamento. Daí nascerá a vida, os filhos do casal.”
Complementando esse aspecto, o professor Felipe nos diz ainda que: “A diferença entre o sexo legítimo e a prostituição, é que nesta última não existe o compromisso de vida e de amor. Pouco importa se amanhã esta mulher estará grávida, doente, ou com fome...Não existe o amor.”
Sabem meus amigos, sou partidário sim, do que chamamos de “namoro santo”, ou seja, aquele no qual os namorados agem como pessoas maduras, que sabem o que querem, que vivem uma relação aberta, feliz, sincera, mas recatada, onde se guardam para o momento máximo da relação afetuosa de um casal. E que por isso, tem que ser reflexo de um grande amor, que seja honesto, verdadeiro e permanente. Sem essa de: “que seja eterno, enquanto dure.” Isso só dá certo na música.
Noutro dia, estava no barbeiro, cortando o cabelo, e um outro freguês entrou na barbearia. Enquanto esperava a sua vez, com o jornal na mão, começou a falar com o barbeiro que estava cortando meu cabelo, sobre sexo, casamento, namoro, “analisando” algumas reportagens que apareciam no jornal.
Em determinado momento, começou a expor sua própria opinião sobre esses assuntos.
Dizia o incauto: “Acho que tem que ser assim mesmo. Mulher só serve para fazer sexo. Pois para casar não dá. Aja visto a grande quantidade de divórcios que existem por aí. Mulher se ficar junto, só traz problemas.”
“Por isso eu namoro um monte de mulheres, saio com todas elas. 'Traço' todas e depois vai cada um para sua casa. Não tem que haver compromisso não.”
Como o barbeiro que estava cortando meu cabelo não respondeu nada, o rapaz parou de falar.
Um pouco depois, o barbeiro começou a conversar comigo, sobre o que o rapaz tinha dito e para minha agradável surpresa, começou a falar que achava totalmente errado o que o rapaz falou e que achava também que a coisa estava indo por um caminho todo errado, por isso a sociedade estava do jeito que conhecemos. Falava ele:
“Sabe meu amigo, eu sou a favor das pessoas se resguardarem mais. É por essas (referindo-se ao que o rapaz tinha dito) e outras que as mulheres hoje em dia estão sendo tão desvalorizadas. Estão se tornando objeto de uso pelos homens. Elas não se guardam mais. Não está havendo mais respeito entre as pessoas.” E continuou falando, desenvolvendo um raciocínio muito bem estruturado e correto, chegando até a situação degradante da nossa sociedade de hoje em dia. Que sabedoria demonstrou aquele homem, simples, mas de grande valor.
É lógico também, que ele não estava falando de todas as mulheres, mas, no fundo tinha razão e ainda bem que ainda existem pessoas que pensam assim. Pois o que vemos hoje, de meninas cada vez mais novas se entregando ao sexo com seus namorados, que as largam logo depois de experimentarem o que queriam, e pior, em muitos casos, as deixam sozinhas com o fruto desse relacionamento rápido, passageiro, sem compromisso e sem amor: um novo ser humano, um neném, que não pediu para vir a esse mundo, pelo menos não dessa forma. E mesmo sem culpa de nada, vai sofrer e as vezes sofrer muito, essa inconsequência de jovens que não foram alertados, nem instruídos para não agirem assim.
Bom, mas voltando ao rumo original, em direção a preparação para o casamento, depois que o namoro se solidifica e os jovens começam a pensar mais seriamente em formarem uma família, vem a fase do noivado, onde o compromisso se torna mais sério. Onde ambos começam a fazer planos para a vida a dois, onde traçam as estratégias de como será suas vidas de casados, como montarão suas casas, quando formalizarão suas uniões perante a sociedade e a Igreja, e ainda, como compatibilizarão todos os planos e sonhos que têm, com os rendimentos que terão. Etc.
Nessa fase, do noivado, o relacionamento deve ser aprofundado de tal forma, que os dois não tenham segredos um para com o outro. Pois se algo permanece obscuro ou secreto para um deles, depois do casamento também continuará a existir. E isso não é o que podemos chamar de um relacionamento honesto, sincero e aberto, como precisa existir entre duas pessoas que estão prestes a se casar, ou mesmo que já sejam casadas. Pois se um deles esconde algo importante do outro, é porque não confia plenamente nele. E se isso ocorre, existe uma grande chance de ser um relacionamento fundamentado em falsidades e mentiras, o que levará sem dúvidas, ao rompimento da relação ou a uma relação infeliz. E aí quando vierem os filhos, esses sentirão a mesma infelicidade que talvez aquele jovem casal, sentiu em suas famílias de origem.
Por isso, meus amigos, meus jovens, se você veio de uma família desestruturada, onde não teve ou não tem um verdadeiro exemplo de família, está na hora de mudar isso. Está na hora de você quebrar, como falei antes, esse ciclo vicioso da infelicidade. E você tem uma grande chance para mudar isso. É só se conscientizar do que você realmente quer na vida e do seu futuro. Sabes o que deves fazer e como agir. Só errarás, assim como seus pais erraram, se você quiser.
É fácil ? Claro que não. Mas é possível ser feliz no casamento, é possível ter uma relação estável e duradoura, embora o que você mais deve ouvir por aí é o contrário. Mas acredite nesse seu amigo que aqui vos fala: Existem famílias unidas e felizes ! E a sua, pode ser uma delas ! Acredite nisso e lute para que isso aconteça.
Por isso, você meu jovem, você minha jovem, comece a procurar bem, e com outros valores, agora, aquele que um dia poderá se tornar o pai ou a mãe de seus filhos. Aquele ou aquela que será o grande amor de sua vida. Aquele ou aquela, que será o seu melhor amigo (a), o seu confidente, o seu companheiro (a), ...
Se o seu atual namorado ou a sua atual namorada, não tem o perfil da pessoa que você sonha para formar a sua família, pense melhor sobre esse namoro ou mesmo noivado. Se for algo que possa ser corrigido, dê um tempo, para tentar ajustarem-se melhor.
Agora, se for algo que realmente seja incompatível com a sua maneira de ser e que você veja que será muito difícil de ser mudado, é melhor a dor da separação agora, do que a dor que poderá surgir quando já tiverem uma família formada, na qual os mais sacrificados serão aqueles que não terão culpa nenhuma por você ter arriscado: seus filhos.
Queridos jovens, peçam a Deus, que os ajude a encontrarem um namorado ou uma namorada para que no futuro possam formar com vocês verdadeiras famílias felizes.
Caros amigos, o casamento é muito bom. Digo-lhes isso, principalmente a vocês jovens, com toda a certeza desse mundo e fundamentado em 36 anos de namoro com a mesma jovem, maravilhosa e linda; sendo 31desses anos, de convivência harmoniosa e feliz dentro do casamento, com essa mesma jovem, minha esposa e com a qual recibi o Sacramento do Matrimônio.
Por natureza, a família é uma instituição que foi criada para ser o berço da felicidade comunitária. Como diz o meu filho, “um verdadeiro pedacinho do céu.”
Mas, para que isso aconteça, muita coisa precisa ser respeitada e mantida como o seu rumo natural. E as fases do namoro e do noivado, foram colocadas ao dispor de todos os jovens do mundo, para propiciar aos mesmos, essa grande possibilidade de formarem famílias felizes. Mas, para que isso aconteça, têm que conseguirem aproveitar bem e de forma correta esses períodos tão importantes de preparação para o casamento.
Que Deus abençoe a todos vocês jovens, indecisos ou não, a adotarem a família como meta e vocação maior de suas vidas. Amém!
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos