Eu e a minha esposa já fomos
algumas vezes surpreendidos por casais amigos nossos, que chegaram com a
notícia bombástica e repentina, de que estavam se separando.
É claro, que fizemos a pergunta
que qualquer um faria, ainda mais porque nunca tínhamos notado ou sabido de
nada que pudesse estar acontecendo de errado em seus casamentos, que é:
"O que foi que
aconteceu?"
"Por que vocês estão se
separando assim, de uma hora pra outra?"
E mais surpresos ficamos ainda,
quando alguns desses casais nos disseram que não sabiam ao certo porque estavam
se separando mas, que o relacionamento deles tinha chegado ao fim. "Tinha
acabado o amor!"
Ora, amigos e amigas, sabemos que
um amor verdadeiro não acaba de um dia para o outro, de uma noite pro dia, nem
de uma hora pra outra. O que acontece em muitos casamentos, é que o relacionamento
diário do esposo e da esposa vai se deteriorando aos poucos, as vezes em
pequenas coisas, que não vão sendo resolvidas no seu tempo e nem percebidas
pelos dois e, acabam explodindo um dia, onde os cônjuges, ou pelo menos um
deles, acorda e vê que o desgaste está grande demais e que não vale mais a pena
lutar pelo seu relacionamento, pois não vê ou não vêem mais a solução para seu
casamento.
É o que acontece, quando coisas
bobas, a princípio, feitas por um dos cônjuges, e que vão se sucedendo durante
os anos de casados e que não agradam ao outro, mas que não merecem uma conversa
dos dois para corrigirem o rumo desses erros. Ou seja, um vai suportando ou
fingindo que suporta o erro do outro como se não tivesse se incomodando com isso,
até o dia que resolve dar um basta definitivo não só naquelas bobagens do
outro, mas no seu próprio relacionamento.
É como se o casal estivesse
construindo um "muro" imaginário entre eles, o qual vai sendo
construído ao longo dos anos de casados, sem que eles mesmos, marido e mulher,
se percebam disso.
Cada discussãozinha, cada coisa
dita que fira o outro e que não seja reparada ou perdoada, cada coisa feita de
errado por um dos cônjuges que não tenha sido questionada pelo outro de forma a
se perdoarem mutuamente, cada desatenção um para com o outro, cada grosseria,
cada falta de carinho, cada esquecimento do dia do aniversário de casamento,
cada gesto de desamor, enfim, cada gota
extra de desamor colocada no copo acarretará no transbordamento do mesmo num
futuro próximo.
Já no caso do muro, ele vai sendo
construído como vimos acima, pelos próprios cônjuges, que vão colocando cada um,
um tijolinho a mais todo dia, nas horas
de desafeto mas, sem que eles percebam que o muro está crescendo cada dia mais;
até que chegará o dia em que o muro estará tão alto, que eles não conseguirão
mais se ver, mesmo estando os dois morando na mesma casa, sob o mesmo teto, e compartilhando
os mesmos espaços do que um dia foi o seu lar.
Nesse dia, já com o desgaste
evidente pelo descaso, falta de carinho, até desprezo e desinteresse de um
pelas coisas do outro, chegam a conclusão que só lhes resta a separação.
E quando lhes perguntamos então o
que aconteceu, eles respondem que não sabem. E, muitas vezes não sabem mesmo,
pois não foi nada de mais sério ou gritante que aconteceu, mas simplesmente a
constatação de um desgaste ocorrido ao longo dos anos e que não foi sentido nem
reparado pelos dois, nem muito menos conversado e discutido para que tivessem
acertado os ponteiros antes que o muro estivesse erguido.
Mas, não há solução para isso?
Claro que há!
Mas, vai precisar de uma vontade
grande dos dois em quererem primeiro, destruírem o muro. E isso pode levar algum
tempo de conversa e boa vontade, onde os cônjuges devem tentar, de forma
sincera e humilde, rever suas vidas e identificar o que lhes causou dor um para
o outro, o que lhes incomodou, lhes desagradou, para então começarem a tirar
"tijolo por tijolo" e assim desmontarem o dito muro.
É necessário também, que os dois
façam um pacto de amor, no qual se comprometerão em tentar de todas as formas não
repetirem os erros que cometeram e que ajudou a construir o tal muro.
Devem se comprometer em mudar
pelo amor que têm um para com o outro e pela família, quando tiverem
filhos. Devem passar a dialogar mais, de
forma sincera e carinhosa, sempre expondo suas opiniões, para que o outro
entenda o que está lhe desagradando.
Os cônjuges devem lembrar, no
entanto, que no casamento é necessário que muitas vezes aceitemos coisas que nos
são incômodas e não satisfatórias. Pois é impossível que num relacionamento duradouro
sejamos sempre atendidos em todas as nossas necessidades e vontades, pois com
certeza se isso acontecer, o outro estará sempre abrindo mão de suas vontades
em nosso favor, e isso não é correto. Deve haver um consenso entre os dois
naquilo que pode ser cedido por um ou pelo outro, principalmente em favor da
família. Não é mais o que eu quero ou o que ela quer, mas sim, o que é melhor
para nossa família como um todo, onde convivem pai, mãe e filhos.
Outra coisa fundamental, para a
desconstrução desse muro, é pedir a ajuda de um carpinteiro. Isso mesmo, não é
de um pedreiro não, mas de um carpinteiro. O nosso Deus de amor, Jesus Cristo.
Pois só colocando Deus em nosso relacionamento conjugal, poderemos ter a
serenidade, a humildade e o discernimento necessários para agirmos de forma a
mantermos firme a nossa casa, que deve ser construída sobre a rocha e sem muros
em seu interior, mas como diz o nosso querido Papa Francisco, cheio de pontes,
que ligam as pessoas no verdadeiro amor.
Se você está num caso desse,
pare, pense, converse com sinceridade e humildade e principalmente reze a Deus
e à Nossa Senhora, nossa mãezinha, para que os ilumine e os oriente no caminho
a ser seguido para o verdadeiro amor.
Não é fácil! Mas é possível! E é
altamente gratificante!
Pois a família é o bem maior que
todos nós podemos ter. Por isso, lute pela sua!
Deus os abençoe!
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