Prezados amigos e amigas,

O presente Blog, tem a finalidade de ser mais um instrumento de valorização da família.
Por isso trará sempre artigos relacionados a esse tema, abordando os diversos aspectos que envolvem a formação de uma família sadia e segundo os preceitos cristãos, além de enfocar os diversos aspectos do relacionamento familiar.
Esperamos assim, que possa servir como um meio de reflexão, ajuda e fortalecimento àquelas famílias que encontram-se em situação difícil.

Que Deus nos ajude nessa empreitada.

Pedimos ainda que a Sagrada Família abençoe e proteja a todas as famílias do mundo inteiro. Amém !

José Vicente Ucha Campos
jvucampos@gmail.com

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

RESPONSABILIDADES DOS FILHOS PARA COM OS PAIS

Os filhos também têm as suas parcelas de responsabilidades no relacionamento com seus pais.
A primeira responsabilidade dos filhos é respeitarem seus pais.
Não pode haver falta de respeito num relacionamento entre pais e filhos, nem por parte dos pais, nem por parte dos filhos.
Quando há respeito, num relacionamento, muita coisa ruim deixa de ser falada, magoa-se menos o outro, e é muito mais fácil a reconciliação, após alguma desavença.
Os filhos não devem ter vergonha de seus pais. Mesmo que seus pais falem ou façam coisas já ultrapassadas, coisas que possam ser motivo de risada dos outros, os filhos devem respeitá-los e não devem ter vergonha deles. Não devem ter vergonha de sair com seus pais à rua, de andar abraçados com eles, de lhes dar atenção e carinho.
Os filhos devem tratar seus pais com carinho, em todas as situações. Principalmente se os pais já são de idade avançada, muito mais devem receber carinho e atenção de seus filhos.
A paciência é outra virtude que os filhos devem pedir a Deus, para exercê-la com seus pais. Novamente, principalmente quando eles já estão com idade avançada.
Quando falo isso, me lembro da minha querida mãe, do meu pai e da minha tia, que ainda hoje estão vivos, graças a Deus. Constantemente vou a casa deles para visitá-los, verificar se precisam de algo, etc. E, por quantas vezes eu lá vá, em todas elas, a minha mãe ou a minha tia, me perguntam se eu já tomei café, almocei ou jantei, dependendo da hora que eu vá visitá-las; e, me oferecem então para fazer a refeição com elas. Mesmo que eu diga que já me alimentei em casa, elas insistem e com a minha recusa, me oferecem então uma fruta. E com carinho, como se eu fosse ainda seu filho pequeno, dizem: “Coma essa pêra meu filho”. Ou então: “Leve essa maçã para casa e coma depois, meu filho”. E assim por diante.
Pode ser de dia ou de noite, quando eu me despeço deles, a minha mãe e minha tia, sempre pedem ao meu pai que me leve até o portão”. E então ele me acompanha até o portão e me vê entrar em casa. Moro numa casa em frente a deles, do outro lado da rua.
Ah, eles moravam longe de mim, embora no mesmo bairro. Mas como estão com idade avançada, consegui convencê-los a se mudarem para perto de minha casa, pois assim poderia dar mais atenção a eles e acompanhá-los de perto e o tempo todo. E a graça de Deus foi tão grande que eles vieram morar numa casa em frente a minha.
Às vezes a minha mãe, sai comigo até a calçada e me orienta para atravessar a rua.
Sabem, meus amigos, isso poderia até irritar outras pessoas da minha idade e até a alguns jovens, mas para mim não irrita, nem me incomoda, pois eu sei que são demonstrações de carinho deles para comigo e uma das formas de dizerem que me amam muito.
E como é bom ainda ter pais vivos para poder conversar com eles, contar-lhes as novidades, chamá-los para saírem conosco (comigo e minha família), para abraçá-los e beijá-los (e isso eu faço sempre), e amá-los.
Ao contrário de ficar chateado, agradeço a Deus todos os dias a grande graça que me concede de ter meus pais vivos .
Fico muito chateado, quando acontece de eu ver alguém maltratando ou magoando seu pai ou sua mãe. E isso aconteceu noutro dia, quando eu estava num supermercado fazendo compras.
Quando cheguei ao caixa para pagar, reparei que num caixa próximo ao meu, havia uma moça de uns 22 anos, tratando a sua mãe com uma falta de educação muito grande e de forma arrogante falava com ela alto, não se importando inclusive com as pessoas que estavam perto e estavam escutando e vendo aquela ignorância toda.
Me deu uma vontade muito grande de chamar a atenção daquela jovem e não sei o porque não o fiz, e dizer-lhe como estava errada em tratar assim a sua mãe. E dizer-lhe ainda, que um dia quando ela cair em si e tiver saudades de sua mãe, pode ser que ela já não esteja mais junto dela.
Sabem, caríssimos jovens e pais, o amor que deve existir dos filhos pelos pais, assim como dos pais pelos filhos, é bíblico. Faz parte das Sagradas Escrituras, e, vem desde o tempo em que o povo Hebreu peregrinava pelo deserto, em busca da Terra Prometida. Lembram-se dos dez mandamentos, da tábua que Moisés recebeu de Deus no Monte Sinai , lá no Antigo Testamento ? Lembram do quarto mandamento que lá aparecia ?
Honrar pai e mãe. Mais precisamente, está escrito: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que Javé teu Deus, te dá.” (cf. Ex 20, 12).
É amigos, dentre tantas outras coisas que poderiam ser colocadas dentre aqueles dez mandamentos, está esta citação exortando ao amor entre pais e filhos. Por que será ?
O capítulo 3 do livro do Eclesiástico, é todo voltado para os deveres dos filhos para com os pais. De lá, podemos tirar vários ensinamentos, tais como nos versículos de 3 a 5: “Aquele que respeita o pai, obtém o perdão dos pecados, o que honra a sua mãe é como quem ajunta um tesouro. Aquele que respeita o pai encontrará alegria nos filhos e no dia de sua oração será atendido.”
Existe um outro trecho desse capítulo que eu considero muito bonito e profundo no trato do relacionamento entre pais e filhos. Está entre os versículos 12 e15 e diz:
“Filho, cuida de teu pai na velhice, não o desgostes em vida. Mesmo se a sua inteligência faltar, sê indulgente com ele, não o menosprezes, tu que estás em pleno vigor. Pois uma caridade feita a um pai não será esquecida, e no lugar dos teus pecados ela valerá como reparação. No dia de tua provação, o Senhor lembrar-se-á de ti, como a geada ao sol, assim os teus pecados serão dissolvidos.”
E, não é só no Antigo Testamento que existe a preocupação pelo amor entre pais e filhos. Já no Novo Testamento, ou seja, após a vinda de Jesus Cristo, existe a preocupação com esse aspecto. Podemos encontrar nas cartas de São Paulo às comunidades em que ele evangelizou, esta preocupação também. Vejamos, como exemplo a Carta de São Paulo aos Efésios, capítulo 6, versículos de 1 a 4.
“Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, pois isso é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (é o primeiro mandamento com promessa) para seres feliz e teres uma longa vida sobre a terra. E a vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor” (Ef 6, 1-4).
São Paulo, volta a escrever sobre esse amor entre pais e filhos, agora para outra comunidade que evangelizou, os colossenses. Diz ele:
“Filhos, obedecei aos vossos pais em tudo, pois isso é agradável ao Senhor. Pais, não irriteis aos vossos filhos, para que eles não desanimem” (Cl 3, 20-21).
Como podemos ver amigos, a preocupação com o relacionamento entre pais e filhos é muito antiga. Só que talvez, hoje em dia, não esteja recebendo a atenção que deveria. Mas a preocupação deve ser grande por parte de todos nós, pois o problema tem tomado dimensões alarmantes, afligindo milhares e milhares de famílias em todo o mundo. E pelo que temos visto bem perto de nós, essa realidade é impressionante.
Sei também que existem muitos pais que talvez não mereçam a preocupação e talvez até o respeito de seus filhos, pois são verdadeiros carrascos, brutos, alguns adúlteros e outros, infelizmente, até pedófilos (como está sendo amplamente divulgado pela imprensa hoje em dia).
Sei, que por isso, muitos filhos têm raiva e verdadeiro repúdio por seus pais. Deus, com certeza, também está vendo tudo isso.
Uma vez, eu e minha esposa, dando uma palestra sobre família para jovens de uma pequena comunidade, após falarmos sobre o respeito e o amor que os filhos devem ter para com seus pais, fomos interpelados por uma jovem de 15 anos, e que meio nervosa nos questionou:
- Como eu devo respeitar e amar meu pai, se ele não me ama e não me respeita, e nem a minha mãe e nem aos meus irmãos ?
E continuou:
- Como eu vou conseguir amá-lo, se ele é bruto, mal-humorado, só fala gritando e brigando, se maltrata minha mãe, e quando bebe (o que acontece quase todo dia) ele quer nos agredir e à minha mãe ?
Houve um silêncio mortal.
Naquele momento pedi a ajuda de Deus, pois estava deixando o sentimento da raiva por aquele pai, tomar conta de mim e isso não podia acontecer. Pedi a Deus que Ele me usasse como seu instrumento, de forma a que, o que viéssemos a falar, eu e minha esposa, servisse para acalmar o coração tão sofrido daquela pequena jovem.
Sabíamos que a sua pequena vida já era cheia de tristezas e amarguras, desilusões e mal-exemplos.
Como aliviar esse sofrimento e ainda fazê-la entender e aceitar o seu pai, aquele carrasco, arrogante e violento?
Em primeiro lugar, mostramos àquela jovem, que pelo que ela havia nos contado, seu pai era um doente. É isso, um doente da bebida. Era um alcoólatra. E o alcoolismo é hoje em dia, considerado uma doença pela Organização Mundial de Saúde. E, para tentar curá-lo, era necessário tratamento especializado.
Dissemos a ela, a mais velha dos filhos (embora com apenas 15 anos), que ela e sua mãe, deveríam procurar ajuda especializada.
Se necessário, devido a uma possível recusa de ajuda por parte do pai, recorressem até ao Conselho Tutelar, para que ele fosse obrigado a se tratar, já que quando bêbado, queria bater nos filhos.
Pedimos também àquela jovem, que analisasse como tinha sido a vida familiar de seu pai, como eram seus avós paternos e sua família. Será que seu pai conheceu o amor, o carinho, a atenção, quando criança ou mesmo quando jovem ?
Dissemos a ela que provavelmente seu pai não sabia amar e que ela, seus irmãos e com a ajuda de sua mãe, teríam que ensiná-lo. Seria fácil ? Claro que não !
Pedimos também, que ela passasse a olhar seu pai com mais carinho e que fosse aos poucos, quebrando a sua resistência e moldando seu coração, da mesma forma que a água do rio vai moldando as pedras ao longo do seu caminho.
Em determinado momento pensei: “Pôxa ! Quanta responsabilidade para uma criança/adolescente.”
Pedimos ainda, que ela procurasse maior apoio e fortaleza para essa sua caminhada, em Deus. Que ela se achegasse mais a Jesus, abrisse seu pequeno coração a Ele, e que o tivesse como seu verdadeiro e grande amigo e companheiro. Aquele que lhe daria todos os conselhos e a força para ajudá-la a enfrentar as horas difíceis e durante todo o seu caminhar. E que assim ela se sentiria forte, menos triste e abandonada, pois ela não estava sozinha.
Disse-lhe, que contasse com a nossa ajuda em tudo que ela precisasse dali para frente, a qualquer hora do dia ou da noite.
E finalmente, pedimos a ela, que nunca deixasse de acreditar na vida, no amor, na família, nos pais e principalmente, em Deus.
É meus amigos, não é fácil. Mas, mesmo com tudo isso, Deus continua pedindo aos filhos que respeitem seus pais, e para que vocês consigam assim agir, vos dá a virtude da paciência, da perseverança e a maior delas todas, a caridade.
É com todas essas fontes de energia e também com a maior de todas as fontes, o próprio Deus, que coloca a nossa disposição o seu amor e as suas Bênçãos, é que vocês amarão seus pais, mesmo tendo eles um dos defeitos acima citados ou ainda muitos outros.
Então jovens amados, peço a vocês, que não continuem com esse ciclo de desamor que assola nossas famílias. Sei que isso que está acontecendo agora, é reflexo dos erros que a minha geração e de vossos pais, cometeu e está cometendo. Mas vocês, jovens, têm condições de mudar essa situação, para que as crianças de hoje, futuros jovens de amanhã, e seus próprios filhos, não venham a sofrer o que vocês têm sofrido.
Tomem a iniciativa de interromper esse ciclo de desamor !
Por que então, perder e desperdiçar as oportunidades que Deus nos dá de amarmos nossos pais ainda em vida ?
Dê um beijo em seu pai, em sua mãe, diga que os ama, sem esperar retorno algum. Simplesmente faça, como se estivesse beijando o próprio representante de Deus aqui na terra.
Peça a benção ao seu pai e a sua mãe quando forem deitar.
Se não for de imediato, um dia eles te retribuirão, dizendo: Deus te abençoe meu filho!
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

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