Prezados amigos e amigas,

O presente Blog, tem a finalidade de ser mais um instrumento de valorização da família.
Por isso trará sempre artigos relacionados a esse tema, abordando os diversos aspectos que envolvem a formação de uma família sadia e segundo os preceitos cristãos, além de enfocar os diversos aspectos do relacionamento familiar.
Esperamos assim, que possa servir como um meio de reflexão, ajuda e fortalecimento àquelas famílias que encontram-se em situação difícil.

Que Deus nos ajude nessa empreitada.

Pedimos ainda que a Sagrada Família abençoe e proteja a todas as famílias do mundo inteiro. Amém !

José Vicente Ucha Campos
jvucampos@gmail.com

sábado, 4 de setembro de 2010

MARCAS PARA SEMPRE

Será que alguns de vocês pais ou filhos, se enquadraram em algumas dessas histórias que eu narrei até esse momento? Se isso aconteceu, está no tempo de mudar. Não continuem vocês pais, levando suas vidas fingindo que está tudo bem e fazendo esforço para esquecer que vocês têm filhos e filhas, que os amam e só estão esperando uma pequena sinalização para que possam se achegar novamente a vocês e amá-los pelos restos de suas vidas.
Dêem essa oportunidade a eles e a vocês mesmos.
Não importa o que tenha acontecido, os aborrecimentos que se sucederam, se o rompimento foi tranquilo ou doloroso. Se ficou ódio ou rancor. Tomem uma decisão importante para suas vidas. Estou falando com vocês: pais e filhos.
Você pai, tome a iniciativa. Procure seu(s) filho(s) e/ou filha(s), puxe conversa como quem não quer nada. Vá conquistando-os novamente. Pode ser que demore um pouco ou mesmo que você encontre uma certa resistência. Mas, Vale a Pena !
E vocês ? Filhos e filhas ! Se seus pais ainda não tiveram a coragem de se achegarem a vocês, tomem então a iniciativa. Reconquistem seus pais. Também Vale a Pena ! Não deixem que as amarguras passadas, mantenham-nos com esse vazio que existe dentro de vocês.
Cheguem-se a seus pais. Talvez também não seja tão fácil, pois às vezes mesmo querendo a reconciliação, os pais não querem dar o braço a torcer, porque será uma situação nova para eles e que eles ainda não sabem muito bem como lidar com isso. Por isso, é importante que vocês filhos, vão quebrando esta parede que muitas vezes acha-se à frente de seus pais, como uma forma de defesa deles.
Eu sei que vocês devem estar pensando: Puxa , nós somos seus filhos e não seus inimigos.
Mas é assim mesmo. O medo existe também do lado deles. E é muito mais difícil para um homem formado, aceitar que errou e que agora tem que assumir esse erro e voltar atrás, e às vezes pedir desculpas.
Sei também que quando a separação foi sofrida, ficam marcas e marcas que muitas vezes são muito difíceis de serem apagadas.
É aí que me lembro que uma vez li, não sei onde, uma estória de um relacionamento entre pais e filhos, que talvez consiga definir melhor o que eu quero transmitir a vocês nesse momento.
Era uma vez, uma família formada por pai, mãe e um filho. Como em algumas famílias que alguns de vocês devem conhecer na vida real, o pai era uma pessoa muito rude e severa. Estava o tempo todo sério e poucas vezes o viram sorrindo.
Preocupava-se com o trabalho, a manutenção da casa e só. Tratava sua esposa de modo rude e isso deixava seu filho muito triste durante o tempo em que era criança e depois irritado e as vezes com raiva, quando já tinha seus 14, 15 anos.
Nunca fez um carinho em seu filho e achava que essa era a maneira correta de criá-lo para que crescesse como um verdadeiro homem. Pois achava que carinho era coisa de mulher.
Seu filho então cresceu sem conhecer o carinho e a amizade de seu pai.
Comparecer a escola para reunião com professores ? Jamais.
Festa de aniversário ? Só quando era muito criança ainda. Pois depois achava que isso era besteira e coisa de mariquinha.
Conversar com seu filho ? Muito pouco. E na maioria das vezes que isso aconteceu, era para achar ruim com o filho por alguma coisa que ele achava que o filho tinha feito errado.
O tempo foi passando e o filho foi crescendo com uma tristeza e uma mágoa muito grande em seu coração.
Filho e pai já não se falavam mais, não por culpa do filho que em algumas vezes tentou se chegar ao pai, sem no entanto encontrar reciprocidade.
Um dia esse rapaz, já com seus 18 anos, começou a sentir dores de cabeça frequentes e cada vez mais fortes.
Sem ter como falar com seu pai, procurou sua mãe e lhe contou o que vinha sentindo já há algum tempo, sem no entanto, nunca ter reclamado.
Sua mãe ficou preocupada e com certo medo, contou ao pai do rapaz. Que mais uma vez, agiu segundo o seu modo e falou para a esposa que achava que aquilo era frescura. Quem sente dor de cabeça é mulher. Homem não.
A mãe continuando com a sua preocupação e vendo que seu filho por diversas vezes ficava em seu quarto se contorcendo em dor, aconselhou-o a procurar um médico. Já não aguentando mais o rapaz a atendeu. Foi quando após algumas consultas e exames, recebeu a pior notícia de sua vida. Estava com um tumor cerebral e precisaria sofrer uma cirurgia de emergência e que por sua vez não garantiria a sua cura, pois o problema era muito sério.
Quando o rapaz contou a sua mãe o seu desespero foi grande, mas silencioso, pois não tinha com quem repartir essa dor.
Um dia, porém, quando o pai do rapaz estava passando em frente ao quarto onde sua esposa fazia suas costuras, viu que a porta estava entreaberta e escutou um sussurro vindo lá de dentro. Entre a fresta aberta, ficou observando e viu sua esposa chorando, ajoelhada em frente a uma imagem de Jesus Cristo, suplicando e implorando a Ele que realizasse dois milagres na sua vida.
O primeiro era que curasse seu filho daquele tumor que ele tinha no cérebro. Essa era a primeira vez que o pai havia tomado ciência daquele problema de seu filho e ficou meio surpreso e confuso, sem entender muito bem o que se passava.
Para sua maior surpresa, o segundo pedido de sua esposa, à frente da imagem de Jesus Cristo, era que Ele tocasse no coração de seu esposo, transformando-o de um coração de pedra em um coração de carne e que isso permitisse que seu esposo passasse a amar seu filho e eles se falassem antes que alguma coisa de pior acontecesse com o rapaz.
O esposo ficou ali, em frente àquela porta por um longo tempo, ouvindo a conversava da sua esposa com Jesus, e viu a fé daquela mulher e o seu pranto, não de raiva por ele ser como era, nem por lhe tratar mal ou coisa parecida; mas sim, pedindo a Deus que transformasse seu coração num coração que fosse capaz de amar seu próprio filho. Aquele que tinha sido fruto do amor que ele um dia sentiu pela sua esposa e que ela não sabia porque ele agia de forma tão diferente hoje em dia.
Aquela cena que ele presenciou e o que ele escutou, calaram fundo em seu coração e ele começou a se questionar internamente, do porque agia assim.
O pai começou a observar mais seu filho, sem deixar que o rapaz percebesse isso. E notou que por diversas vezes seu filho ia para o quintal e ficava sozinho, perto de uma árvore grande e frondosa que eles tinham no quintal e que, quando garoto, gostava de brincar nela. O pai também gostava muito dessa árvore, pois ele é que a havia plantado, visando ter sombra no quintal.
Reparou ainda que sempre que o rapaz se chegava perto da árvore, chorava muito. O pai, não ficava observando muito para evitar que seu filho percebesse que ele estava ali por perto.
Um dia estava o pai assistindo televisão próximo a sua esposa quando os dois escutaram um forte barulho, como se fosse alguma coisa caindo. O barulho vinha da cozinha.
A esposa correu primeiro e foi ver o que tinha acontecido e se deparou com seu filho caído no chão. Deu um forte grito chamando o marido.
Esse levantou-se rápido e foi ver o que havia acontecido e deparou-se também com o seu filho caído desacordado, no chão da cozinha.
Por alguns segundos o pai ficou ali vendo seu filho caído, desacordado e muita coisa veio a sua cabeça e ao invés de socorrer seu filho, começou a chorar copiosamente e soluçava como uma criança.
A esposa ao ver aquilo ficou mais nervosa ainda e começou a chorar também, mas mesmo assim, abaixou-se e tentou levantar o seu filho. Não conseguiu, pois o rapaz era forte e pesado.
Então o pai ajoelhou-se junto ao rapaz, segurou-o no colo e erguendo a cabeça, olhou para alto e gritou em voz forte.
“ Senhor Jesus, salva meu filho ! ”
Pegando o rapaz com dificuldade, levou até a sua cama e pediu que enquanto isso sua esposa chamasse um médico.
O médico veio e ao se deparar com o quadro, chamou uma ambulância e encaminhou o rapaz para o hospital mais próximo, pois ele não estava nada bem. Os pais o acompanharam na ambulância.
Após o atendimento de emergência, no qual o rapaz foi reanimado, ficou decidido que ele seria operado de imediato com o acompanhamento do médico que estava acompanhando o caso. E isso seria no dia seguinte.
A mãe ficou no hospital a noite toda e o pai foi para casa. Queria ficar sozinho.
Ao chegar em casa, a primeira coisa que fez foi abrir a porta do quarto de costura da esposa e se ajoelhar em frente a imagem de Jesus Cristo.
Ali ficou a noite toda, chorando e orando ao seu jeito, pela vida do seu filho e pedindo desculpas a Deus, por ser como era e por ter trazido tanta mágoa para sua esposa e filho, e ainda, por ter perdido um tempo precioso no qual não “viu” seu filho crescer e se tornar homem.
Agora estava ali, implorando pela misericórdia de Deus, para que salvasse seu filho, de forma a que pudesse recuperar um pouco esse tempo perdido e tentasse se reconciliar com seu filho, se ele ainda quisesse.
Ao amanhecer, cedo ainda, o pai triste e confuso, foi ao quintal para, junto das árvores que lá haviam, tentar aliviar um pouco seu coração e continuar pensando na sua vida passada e de como seria daqui para frente.
Quando por acaso, chegou junto daquela árvore que ele tinha visto seu filho, sozinho, ficar perto por algumas vezes. Reparou com surpresa e mais confusão de idéias ainda, que a árvore estava toda cheia de pregos cravados no seu tronco.
Não estava entendendo nada e pensou rapidamente que algum estranho, por maldade, havia feito aquilo. Mas, logo depois, refletiu melhor e juntou os fatos da árvore estar assim e de ter visto seu filho por diversas vezes junto à ela. E começou a se perguntar. O porque ele tinha feito aquilo, se gostava tanto daquela árvore, assim como ele também gostava.
Se arrumou, e foi para o hospital, com todas aquelas dúvidas e tristeza no coração.
Chegando lá teve a notícia que seu filho já estava sendo operado.
A operação, embora muito difícil, delicada e demorada, tinha corrido bem e os médicos estavam otimistas com a recuperação do rapaz.
O rapaz, após algum tempo de recuperação e acompanhamento médico, saiu do hospital e foi para casa. O pior tinha passado, mas o risco sempre o rondaria.
Num dia de sol, o rapaz saindo à porta dos fundos de sua casa, viu que seu pai estava sentado, de costas para a porta da casa, junto àquela árvore que eles gostavam.
Se encheu de coragem e se aproximou, e ao chegar perto do pai, viu que ele estava chorando em silêncio.
Sem falar nada o rapaz se abaixou ao lado de seu pai, o abraçou bem apertado, no que foi correspondido, e choraram muito.
Sua mãe, que não se descuidava do filho um segundo sequer, viu aquela cena, da mesma porta da casa, e também começou a chorar. Mas, de felicidade e agradeceu a Deus, em seu coração, por aqueles grandes milagres que ela havia pedido, estarem acontecendo em frente aos seus olhos.
Ainda junto da árvore, pai e filho, se abraçando, se deram um beijo no rosto um do outro e começaram a sorrir. Era uma mistura de risos e lágrimas de felicidade .
Após algum tempo nesse êxtase, o pai meio sem jeito, perguntou a seu filho, com todo o cuidado e carinho, se havia sido ele que tinha colocado aqueles pregos na árvore.
O rapaz, agora com uma mistura de sentimentos de amor, felicidade e tristeza, disse que sim. E seu pai lhe perguntou por que ele havia feito aquilo.
Foi quando o rapaz respondeu:
- Pai, você se lembra das dificuldades pelas quais passamos em nosso relacionamento ?
O pai respondeu que sim.
- Pois bem, querido pai, todas as vezes que o senhor me tratava mal, brigava comigo, me desprezava ou mesmo me tratava com frieza, eu vinha aqui fora e chorando muito de tristeza, colocava um prego nesta árvore que eu tanto gosto e que o senhor também gosta.
Continuou ele:
- Talvez, pai, eu tenha feito isso como uma forma de deixar registrado em algum lugar além do meu coração, a tristeza que eu sempre senti, pelo senhor me tratar assim.
O pai, chorando copiosamente, mas ainda agarrado ao filho, lhe disse:
- Filho querido, se eu te pedir perdão, você me perdoaria ?
- O filho respondeu, também chorando muito, que sim.
E então o pai prometeu ao filho que mudaria sua vida e que o amaria muito e tentaria recuperar o tempo perdido, tentando fazê-lo feliz. E lhe fez outro pedido:
- Querido filho, se eu te pedir também, que para cada coisa boa que eu fizer daqui pra frente, que te faça feliz, você retira um prego desta árvore ?
O filho respondeu que sim.
E assim eles passaram a viver suas vidas, pela primeira vez, como uma verdadeira família. Uma família feliz. E que conheceu o amor e a felicidade, através do sofrimento.
O rapaz ia se recuperando bem. Sua mãe não sabia o que fazer para agradecer a Deus pelos milagres que Ele lhe havia concedido. E o pai tentando corresponder bem ao amor de seu filho.
Um belo dia, o pai novamente passando perto da árvore, reparou que ela estava sem nenhum prego. Sua felicidade foi muito grande e correu então para chamar o filho e os dois foram até a árvore, onde ele agradeceu a seu filho por ter retirado os pregos como lhe havia pedido.
Seu filho lhe disse que tinha feito aquilo com muito amor e prazer, mas perguntou ao pai o que ele via quando olhava para a árvore agora. O pai respondeu que via uma grande quantidade de marcas de pregos.
Foi aí que o filho lhe disse:
- É meu pai, os pregos eu consegui retirar, mas as marcas ficaram. Essas, eu não sei como, nem quando, vou conseguir tirá-las.

É..., meus amigos, mesmo que vocês pais tenham feito seus filhos encherem a árvore de seu quintal com pregos, ajude-os a retirá-los.
Assumam seu amor por eles. Procurem-nos. Peçam desculpas, abrace-os e beije-os. Não esperem mais tempo. Pode ser que vocês não tenham tempo para fazer isso. Quem sabe ?
Está na hora de deixar o orgulho de lado, as preocupações com vocês mesmos, o medo de perderem a condição de durões. Chegou a hora do amor, do perdão e da reconciliação.
O que está faltando ? Um empurrãozinho ? Considerem-se empurrados.
Não esqueçam que é possível retirar os pregos da árvore . Basta quererem.
As marcas deixadas pelos pregos...? O tempo, a natureza e principalmente o amor, um dia as encobrirão.
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

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