Prezados amigos e amigas,

O presente Blog, tem a finalidade de ser mais um instrumento de valorização da família.
Por isso trará sempre artigos relacionados a esse tema, abordando os diversos aspectos que envolvem a formação de uma família sadia e segundo os preceitos cristãos, além de enfocar os diversos aspectos do relacionamento familiar.
Esperamos assim, que possa servir como um meio de reflexão, ajuda e fortalecimento àquelas famílias que encontram-se em situação difícil.

Que Deus nos ajude nessa empreitada.

Pedimos ainda que a Sagrada Família abençoe e proteja a todas as famílias do mundo inteiro. Amém !

José Vicente Ucha Campos
jvucampos@gmail.com

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

FAMÍLIA, UMA INSTITUIÇÃO SAGRADA

Como já vimos falando, a presença de Deus é fundamental dentro de uma família. Mas, é preciso também, que os seus membros façam por onde para conseguirem que suas famílias consigam ser felizes.
A manutenção da família é uma verdadeira “luta” diária de todos os seus membros para que dê certo. Isso significa que não se pode desanimar em momento algum, nem desistir de “lutar”.
A vida em família tem que ser o resultado da vocação de cada um de seus membros para viverem e compartilharem seus anseios, sonhos, gostos, um para com o outro, mantendo a harmonia do ambiente e a satisfação conjunta, onde o sucesso e a felicidade de um, é a de todos.
Cada membro, deve ter sempre em mente, que o mais importante é a família, em detrimento muitas vezes de sonhos e vontades particulares que cada um de seus membros possa ter. Na família, não deve existir a busca pela satisfação unilateral, independentemente do que o(s) outro (s) membro(s) pense(m).
Quando se consegue conciliar as vontades particulares de cada um com a vontade coletiva, ou seja, que a realidade do sonho de um, seja bom para toda a família, pode-se dizer que estamos atingindo o ponto ideal de um relacionamento familiar. Mas, isso é muito difícil de ser conseguido.
Então, para que a convivência seja harmoniosa, é necessário que sempre alguém abra mão de alguma coisa, em favor de todos e do conjunto.
Essa maneira de pensar e de agir, quando não está muito sedimentada dentro do coração de um ou mais membros da família, pode trazer conflitos, insatisfações, intolerâncias, que levam a um desgaste da convivência.
Por isso, é necessário que as pessoas, principalmente os casais, quando pensem em se casar, tenham tudo isso em mente, e mais ainda, tenham a vocação para o casamento e para a vida em família. Pois só assim, poderão aceitar com mais facilidade todo o contexto que envolve a relação familiar e a convivência diária, sem que o desgaste natural, chegue a um ponto de ruptura das relações familiares.
Aquele que tem vocação para o casamento, está sempre disposto a pensar em primeiro lugar, na sua família. Pensa: Será que isso que eu quero para mim, será bom para minha família ? Será que essa atitude que eu penso em tomar, não prejudicará a minha família ? E assim por diante.
As pessoas que têm vocação para o casamento, têm os membros de suas famílias, ou seja, a esposa, o esposo, os filhos, como as coisas mais importantes de suas vidas; e por eles fazem tudo.
Então entendemos que aqueles pais que “abandonam” seus filhos, o fazem porque não tinham essa vocação para o casamento, nem para viver em família. São pais que, espero não estar julgando errado, tinham coisas mais importantes na vida, do que sua esposa, seu esposo, e, infelizmente, seus filhos. Que coisas são essas ? As mais diversas possíveis. Tais como:

 A sua “liberdade” pessoal, ou seja, existem pessoas, que mesmo convivendo dentro de uma família, têm o pensamento de que precisam valorizar o seu “eu”, a sua condição de indivíduo, e pensam: “eu tenho que ter o direito de fazer tudo aquilo que eu quiser, de ter a minha vida como pessoa. Tenho que pensar mais em mim.” Esse é um pensamento, que para a convivência familiar, não dá certo, é muito “egoísta”, se podemos chamar assim. Pois vai em sentido contrário ao pensamento de quem tem a vocação para o casamento, onde, como falamos antes, a prioridade é o coletivo e não o individual. O grande “macete” para se viver numa família harmoniosamente, é saber ajustar o individual com o coletivo e isso requer que abramos mão de algumas coisas pessoais em diversos momentos da convivência familiar.
Ainda dentro desse aspecto, existem pais que querem levar uma vida de solteiro dentro do casamento, da família. Ou seja, por exemplo, querem ter e manter as suas próprias amizades independentemente se elas são adequadas para a sua família ou não; querem ter seus programas pessoais de festas e “rodas” de bebidas e bate-papo, sem levar a família é claro. Pois são unanimes em dizer: “Aqui não é lugar para eles”. E assim por diante.

 A sua condição financeira. Existem pessoas que dão mais valor a um bem material, do que a própria família. Quem nunca conheceu alguém que ficou revoltado porque sua esposa arranhou seu carro num acidente de trânsito ? Antes até de saber se ela estava bem ou não.
Existem outras pessoas, que castigam seus filhos severamente e podemos dizer até brutalmente, quando eles quebram ou estragam alguma coisa de valor, sem dar chances de verificar o porque aquilo aconteceu; se realmente foi culpa deles; se foi de propósito ou uma simples fatalidade.
Existem outras ainda, que conseguem viver em família, se tiverem um carrão do ano, de preferência importado, um excelente apartamento, casa na praia, estarem bem posicionados socialmente falando, etc. Além disso, a única coisa que sabem fazer por seus filhos é dar-lhes também bens materiais. Quem nunca escutou alguém falando: “Não deixo faltar nada para meus filhos. Dou tudo que eles precisam e querem. Não meço esforços para dar-lhes de tudo”. Mas, essas pessoas, em muitos casos, pecam pela omissão do mais importante: o carinho, a atenção e o amor.

 O trabalho. Existem pessoas, homens e mulheres, que o trabalho para elas é a coisa mais importante de suas vidas. Se dedicam com um ardor e afinco, que em muitos casos chegam a prejudicar a própria saúde, a própria vida social e de lazer, pelo trabalho. E se esquecem da família, da esposa, do esposo e dos filhos.
Existem pessoas que são tão apegadas e “fissuradas” pelo trabalho, que esquecem até de almoçar, do horário de saída, do final de semana, etc. Tempo para a família ? Só aquele que estiver sobrando, após todos os compromissos do trabalho terem sidos atendidos. O que em muitos casos não existe. Conversas com a esposa, com o esposo, com os filhos ? “Ah, é coisa supérflua !”

Uma coisa que pode ajudar bastante na vida familiar, é entender o que é realmente uma família. É entender realmente, o porque se deseja ter uma família.
Acho que todos os casais de noivos, deveriam ter isso em mente e refletirem bastante, antes do casamento, sozinhos e em conjunto, sobre: Por que eu quero realmente me casar e ter uma família ? E mais: Para que eu quero ter uma família ?
Se esses jovens, refletissem sobre isso, séria e honestamente, antes de se casarem, tenho certeza que muitos casamentos não seriam realizados e dessa forma, muitos deixariam de serem desfeitos, pois só se casariam realmente aquelas pessoas que chegassem a conclusão que têm a vocação para o matrimônio.
Acontece é que muitos casais de noivos, conversam sobre diversas outras coisas, mas as vezes se esquecem de conversar sobre esses aspectos importantes, tais como, o verdadeiro sentido do matrimônio e da família.
Aí, meus amigos, acontece o que temos visto hoje em dia, e infelizmente, com grande incidência: o abandono dos lares pelos pais ou pelas mães e principalmente, o abandono dos filhos, pelos dois.
Queridos amigos, falta também para muitos casais de noivos e até para casais já casados e vivendo em família, a consciência de que a família é sagrada. O que significa isso, me perguntariam alguns ?
Meus amigos, a família é sagrada por que não é uma invenção do Homem, mais foi instituída por Deus. Isso é bíblico. Vem lá dos tempos do gênesis (primeiro livro da Bíblia Sagrada) , quando nos seus primeiros capítulos, podemos ler:
“Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a ...” (Gn 1,27-28).
E ainda, “Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe, se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.” (Gn 2, 24)
Ou seja, meus amigos, Deus instituiu assim a família. E isso aconteceu lá no início da criação do mundo, quando Deus acabara de criar o homem e a mulher.
Olha que preocupação Deus teve com suas criaturas, seus filhos muito amados. Sabendo, como Deus que era, que o Homem, não havia sido criado para viver sozinho, Deus lhes dá uma família, ou seja, um lugar que deveria ser um verdadeiro paraíso, pois Deus não iria inventar isso se não fosse bom para nós.
A família então, assim como a que acolheu ao Deus-Menino, dando-lhe o suporte necessário para trazer-nos a Boa Nova, deve ser para nós todos, um local de amor, de compreensão e de paz, no qual possamos acolher ainda hoje em dia, esse mesmo Deus.
Deve ser, como já falei antes, mas me permitam repetir por quantas vezes forem necessárias, um verdadeiro pedacinho do céu. Alguns teólogos, acreditam que o “céu”, aquele “lugar” para onde todos nós gostaríamos de ir quando morrermos, começa ainda aqui na terra. Ou seja, podemos ter, ainda aqui na terra, já uma pequena amostra do que será quando estivermos face a face com Deus. Será a felicidade plena, a felicidade total. E por que, não fazer essa experiência, começando por nossas famílias?
Mas, como somos filhos ingratos, não sabemos aproveitar esta grande oportunidade que Deus nos dá. E muitos de nós transforma, então, aquele “lugar sagrado” que Deus nos deu, em verdadeiro inferno.
Mas, a família continua sendo sagrada e se já não bastasse ter sido instituída pelo Deus Criador, seu próprio Filho, Jesus Cristo, ratificou essa situação de família sagrada, instituída por Deus-Pai, quando sendo questionado por alguns fariseus sobre a questão do que podemos chamar hoje de desquite ou divórcio, falou:
“Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher ? E que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne ? De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar.” (Mt 19, 4-6).
Desta forma, Jesus Cristo, além de estar ratificando a família instituída por Deus-Pai, a está colocando numa condição de indissolubilidade. E isso acontece após os esposos receberem o Sacramento do Matrimônio.
Por si só, isso deveria bastar para que os casais refletissem sobre a seriedade que deveriam ter quando resolvem receber o Sacramento do Matrimônio, ou seja, resolvem formar uma família perante e com a Benção de Deus.
O nosso querido e saudoso amigo, o Papa João Paulo II, chamava a família de “Santuário da Vida” em sua Carta às Famílias de 1994.
Se pegarmos o dicionário, veremos que a palavra santuário significa: lugar santo, lugar sagrado. Então podemos entender “santuário da vida”, como o lugar sagrado, fonte geradora de vida, instituído e abençoado por Deus e como tal, um lugar onde deve reinar o verdadeiro amor e a verdadeira felicidade. Lugar, onde os esposos, dedicam-se a fazerem-se um ao outro feliz, e onde derramam esse amor conjugal, sobre seus filhos, criaturas fruto desse mesmo amor e da graça de Deus.
Deveria ser o lugar, onde cada membro se esforçasse para ser o instrumento de crescimento espiritual do outro. Deveria enfim, ser o lugar onde cada um se esforçasse para ser o degrau que o outro subiria para atingir mais a santidade e se aproximar mais de Deus.
Mas, infelizmente, não é isso que acontece com uma grande quantidade de famílias. Se então os cônjuges não se respeitam e não assumem esse compromisso, feito entre eles próprios para com Deus e para com toda uma Comunidade, quanto mais, não terão esse compromisso para com seus próprios filhos.
Meus queridos amigos, é através da família que Deus permite às suas criaturas, nós seres humanos, participarmos do seu Plano de Criação. Ou seja, é na família que o amor de um homem e uma mulher, chega ao seu ápice num momento em que, como resultado desse amor, Deus nos permite ser seus instrumentos e trazer à vida, um novo ser humano, nossos filhos.
Então queridos amigos, nossos filhos deveriam ser frutos desse amor sublime que deveria unir homem e mulher neste ato de criação.
E como tal, deveriam ser amados por seus pais, aqueles que, sem eles pedirem, os colocaram no mundo e que têm a obrigação moral, social, comunitária e espiritual de lhes dar amor.
A família é tão importante para Deus, que o seu próprio Filho, Jesus Cristo, veio ao mundo no seio de uma família, a Sagrada Família de Nazaré.
Jesus Cristo, poderia ter vindo a esse mundo, como Deus que sempre foi, numa carruagem dourada, rodeado de anjos tocando trombetas, etc. Mas não, veio humildemente dentro de uma família simples daquela época. Uma família que Lhe daria um pai adotivo carpinteiro.
E essa deve ser a nossa família exemplo, a Sagrada “Família de Nazaré”, formada por Jesus, Maria e José.
.
Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

Nenhum comentário:

Postar um comentário