Prezados amigos e amigas,

O presente Blog, tem a finalidade de ser mais um instrumento de valorização da família.
Por isso trará sempre artigos relacionados a esse tema, abordando os diversos aspectos que envolvem a formação de uma família sadia e segundo os preceitos cristãos, além de enfocar os diversos aspectos do relacionamento familiar.
Esperamos assim, que possa servir como um meio de reflexão, ajuda e fortalecimento àquelas famílias que encontram-se em situação difícil.

Que Deus nos ajude nessa empreitada.

Pedimos ainda que a Sagrada Família abençoe e proteja a todas as famílias do mundo inteiro. Amém !

José Vicente Ucha Campos
jvucampos@gmail.com

sábado, 4 de setembro de 2010

COMO CONVIVER EM FAMÍLIA ?

Sabem meus amigos, a convivência entre seres humanos é normalmente, muito difícil. Isso, porque envolve diversos aspectos e características inerentes e específicas a cada pessoa, tais como: hábitos pessoais, gênio, orgulho, vontades próprias, necessidade de satisfação pessoal, necessidade de liberdade, sem contar ainda com os aspectos sociais, culturais, psíquicos ,etc. Para cada pessoa, cada aspecto desse e muitos outros ainda, têm valores e graus de incidência variáveis, o que torna de certa forma, e não só por isso é claro, as pessoas tão diferentes. São fatores que podemos dizer, de uma forma bem superficial e simplista, que ajudam a formar o caráter e a personalidade de cada um dos seres humanos.
Quando esse conjunto de fatores de uma pessoa, se confronta com o de outra, há o conflito. Às vezes pode haver o conflito simplesmente porque algum dos aspectos de uma pessoa, tem um valor e uma importância diferente para outra.
Esse conflito pode acontecer em todos os ambientes da convivência humana, tais como: no trabalho, no trânsito, na rua, no restaurante, no cinema, no futebol, na Igreja, na família, etc.
Em alguns ambientes, por força de regras de comportamento e até de leis, essa convivência se torna harmoniosa e sustentável na maioria do tempo ou, se não, os pequenos conflitos que surgem, são tolerados, em vista de algo maior que se deseja alcançar, tal como no trabalho.
Em alguns outros ambientes, consegue-se conviver sem maiores conflitos, pois a convivência é curta, ou seja, de pouca duração, e quase nunca com as mesmas pessoas, tais como: na rua, nos jogos de futebol, etc.
Mas, no ambiente familiar, que é o objetivo nosso, a situação é mais complicada. E já começa a ser difícil, desde o início da formação da família, quando pessoas, às vezes, tão diferentes em vários dos aspectos citados anteriormente, resolvem se casar e passam a viverem juntas.
Como esse é o tipo de convivência que normalmente é a mais longa , mais assídua e contínua, tem grandes possibilidades de levar as pessoas que assim convivem, a conflitos.
Quando as fases do namoro e do noivado, são bem aproveitadas para estreitar o conhecimento mútuo, tão fundamental para qualquer relacionamento após o casamento, a convivência tem muito mais chances de dar certo e de se dar de forma harmoniosa, mesmo durando muito tempo.
Mas, quando o namoro e o noivado, não são utilizadas como tempo de aprimoramento do conhecimento mútuo, mas sim, como tempo de curtição e prazer, de sexo e de superficialidades, a convivência da futura família, terá tudo para dar errado e de se tornar num verdadeiro “inferno”, e terá provavelmente como consequência o desmantelamento da família, com consequências danosas para os filhos, aqueles que não têm culpa nenhuma da situação.
Nisso tudo, ainda existe um fator complicador, que é como falamos, o tempo de convivência. Quando a convivência é boa e harmoniosa, esse fator não interfere tanto, mas quando a convivência é ruim, quanto mais tempo juntos, a situação vai piorando cada vez mais, podendo chegar a uma inversão de sentimentos de tal ponto, que o que era amor, passa a ser verdadeiro ódio e intolerância.
E quando vêm os filhos ?
Para alguns casais, os filhos são realmente verdadeiros presentes especiais de Deus ! São muito esperados, desejados e queridos.
E quando chegam ao mundo, são muito amados.
São reflexos e frutos de um grande amor que une seus pais e conviverão num ambiente de carinho, aconchego, respeito e amor.
Às vezes, vêem até de surpresa, sem terem sido planejados, mas, mesmo assim, são recebidos com grande alegria e amor.
Para outros, são “tábuas de salvação do casamento”. O que é isso? São aqueles casais que não vivem bem e que um dos dois, com maior incidência, a mulher, querem ter um filho, na esperança de “salvar seu casamento”. Acham que um filho, conseguirá mudar a maneira de ser e de agir do seu cônjuge e a partir daí, passarão a conviver em paz no casamento e em família.
Infelizmente, existem pessoas que pensam assim, pois os filhos não deveríam ser frutos de desavenças e “tábuas de salvação de relacionamentos desgastados”, mas sim, como já falamos, deveríam e devem ser frutos do amor de seus pais.
Infelizmente, ainda, essa tentativa errônea, costuma não dar certo na maioria dos casos e acaba piorando tudo, pois quem não deveria arcar com as consequências dessa atitude de desespero, é justamente quem mais vai sofrer com ela. Pois serão os filhos desse relacionamento desajustado é que presenciarão cenas de “desamor explícito” e provavelmente sentirão na própria carne o sabor do abandono, quando esses pais resolverem terminar com essa convivência, e partirem, cada um, para o seu lado, para cuidarem de suas vidas.
Para outros casais, os filhos são consequências de atos impensados e às vezes até de descuido de uma relação sexual inadequada.
Às vezes até, não eram tão desejados naquele momento da convivência de seus pais. Mas, já que aconteceu...
Normalmente esses filhos não serão tratados com o carinho e o amor que merecem. Provavelmente e infelizmente, ainda como crianças, experimentarão a convivência pautada na discórdia, nas brigas, no desamor.
Quando crescerem, se seus pais ainda viverem juntos, participarão das discussões e brigas.
Como vemos, não é fácil conviver. E muito mais difícil é conviver bem.
Mas, como existem pessoas que conseguem conviver com harmonia e em paz dentro de um ambiente familiar?
Sabem meus amigos, também como já falamos, para se iniciar uma família que tenha mais chance de dar certo, é necessário que exista a vocação de seus membros (pai e mãe), para o casamento, assim como existem pessoas que têm a vocação para serem médicos(as), professores(as), engenheiros (as) etc, e outras para serem padres, por exemplo.
Depois, é necessário que haja uma vontade muito grande para a boa convivência, que passa por tomadas de atitudes que muitos não aceitam adotá-las, que entre tantas cito algumas que lhes dará a noção do que eu estou falando. São elas: a renúncia às vontades próprias, em algumas situações; a renúncia em alguns casos, à projetos pessoais; a dedicação incondicional ao outro; a disponibilidade para os filhos; ter grande dose de paciência; e uma outra atitude que eu acho imprescindível em qualquer convivência, principalmente na familiar: “saber engolir sapo”, ou seja, aceitar sem responder ou discutir, palavras ou mesmo situações que nos são infligidas por outros.
É necessário ainda, como também já falamos, que a família passe a ser o projeto mais importante da vida de cada um de seus membros. Ou seja, no caso dos pais, os mesmos deverão ter como prioridade em suas vidas, as ações que engrandeçam e fortaleçam a convivência familiar.
Todas as suas ações, sejam elas: de buscar o sustento de seus membros, de buscar a educação para eles, de buscar um lugar seguro e aprazível para formarem seus lares, enfim, tudo o que fizerem, deverão fazê-lo, pensando sempre, no que será melhor para terem uma boa convivência familiar.
Esse será com certeza o maior bem que poderão deixar para seus filhos.
E ainda, nunca devem esquecer do principal de tudo isso: Deus. Devem colocar Deus como o centro de suas famílias. Assim como Deus é o centro da Igreja, a família como “Igreja Doméstica” que é, tem que ter Deus como ponto central.
Não estou aqui, abordando todos esses aspectos, querendo citar regras ou mesmo ditar normas para que uma família tenha uma boa convivência. Estou apenas abordando alguns aspectos, que dentre tantos outros, podem melhorar a convivência familiar se observados com carinho e perseguidos com persistência e vontade de acertar.
A convivência familiar então, como podemos ver e muitos sentir na própria vida, não é fácil, e acabamos de ver alguns aspectos que a tornam difícil, quando não são discutidos e analisados ainda na fase de namoro e noivado, por aqueles que pretendem formar um dia, uma família feliz.
Mas, existem alguns outros aspectos inerentes a própria condição de criaturas que somos e que fazem parte do nosso próprio desenvolvimento físico e mental. Vejamos.
Quando os filhos ainda são pequenos, são os pais que decidem tudo por eles. O que devem comer e quando; o que devem vestir; o que podem ou não fazer; a que horas devem estudar, brincar, tomar banho; quando devem ir dormir; etc. Pode acontecer um resmungo ou outro, um choro aqui outro ali para os mais agitados, mas nada que uma palavra , uma conversa dos pais, não resolva. Embora alguns pais acham que só conversa às vezes não resolve.
O que é importante, é que os filhos não ficam com raiva de seus pais por isso. No fundo sabem que seus pais gostam deles e que estão fazendo aquilo tudo para o seu próprio bem.
Lembro-me de quando eu era criança, que algumas vezes só as palavras não bastavam para que eu obedecesse a vontade de meus pais, e meu pai, então, que muito me amava e sempre demonstrou isso e que eu amo muito também, utilizava de meios mais severos para me convencer, tais como umas belas chineladas na região apropriada para isso.
Também não estou discutindo se isso é correto ou não. Tenho a opinião de que, não é a chinelada quando bem aplicada (por motivo sério, na hora certa e no lugar certo), que vai levar a criança a ficar traumatizada ou vai influenciar no seu desenvolvimento psíquico, ou algo parecido, como pensam alguns educadores e pais. Embora nunca tenha recorrido a esses meios na criação de meus filhos.
Acho sim, que o que vai afetar o desenvolvimento psíquico, vai traumatizar, vai marcar para sempre a vida de uma criança, é quando seus pais, mesmo nunca tendo encostado um dedo neles, os ofendem verbalmente, os tratam com desprezo, com arrogância, não os deixam se expressar, não lhes dão carinho, afeto e amor. Nunca disseram que os amam. Nunca os beijaram.
Isso sim, é muito mais traumatizante para qualquer criança, adolescente, jovem e até adulto.
Nessa fase, ainda de criança, normalmente não há conflitos na convivência dos filhos com seus pais, e os filhos, ao contrário, vêm seus pais como verdadeiros heróis. Eu via o meu dessa forma.
Pois bem, quando os filhos vão crescendo e atingem a adolescência e começam a entender e a conhecer várias coisas, começam a surgir os problemas e os conflitos na convivência entre pais e filhos.
É nesse momento que os filhos passarão a ver seus pais como eles verdadeiramente são. Ou seja, pessoas comuns, que não têm nada de heróis. Que erram, têm problemas pessoais próprios, que têm também medos, dúvidas, inseguranças. Que passam por dificuldades. Enfim, são pessoas normais, iguais a qualquer ser humano.
Isso tudo faz desmoronar a máscara de heróis que os próprios filhos, quando crianças, tinham colocado em seus pais.
Quando, no entanto, os pais são bondosos, carinhosos, abertos ao diálogo e preocupados com seus filhos, os heróis são substituídos por verdadeiros amigos, que passam a compartilhar os anseios, as dificuldades, as confidências, etc, de seus filhos.
Aí há espaço para uma boa convivência entre pais e filhos.
Mas, quando os pais são pessoas egoístas, infiéis, radicais, mandonas, etc, deixam transparecer toda a sua condição de seres humanos falhos, inacabados e infelizes. E quando ainda, transferem todo esse comportamento para a relação com seus filhos, temos uma convivência familiar infeliz.
E para piorar, dentro desse círculo vicioso que se torna essa convivência, com medo de dar o “braço a torcer” e perderem dessa forma sua condição de mandantes absolutos e donos da verdade, os pais procuram manter a prepotência, o mando, o controle exagerado, radical e sufocante sobre todas as ações de seus filhos, inibindo-os de crescerem, até como pessoas.
São filhos que se tornam adultos frustrados e infelizes e que terão uma grande possibilidade, se não derem uma guinada de 180 graus em suas vidas, de fazerem a mesma coisa com seus filhos e assim por diante.
Conheço, nessa minha caminhada com jovens, alguns que tinham tudo para serem pessoas felizes, pois são bonitos, têm estudo, uma certa condição financeira, participam de grupos de jovens ajustados e de boa formação. Mas, comportam-se como jovens do contra, ou seja, carregam todo o problema que vivem em seus lares para os ambientes onde vivem, mas, de forma velada, não declarada, e assumem um comportamento de rebeldia sem causa, agem de forma a desagregarem os grupos onde convivem, nunca se integram totalmente aos grupos, embora também não os abandonem, sentem-se sempre discriminados (embora isso faça parte somente de sua maneira de pensar), fazem fofocas de seus amigos e colegas, normalmente têm namoros conturbados, copiando muitas vezes características de comportamentos de seus pais, que por sua vez, assimilaram essas mesmas características de seus avós, que eram pessoas de convivência difícil e que tinham famílias desestruturadas, por esse mesmo motivo.
É necessário que esses jovens acordem para a realidade que estão vivendo e vejam que seus comportamentos não os levarão a lugar nenhum saudável, mas sim a serem adultos muito parecidos com seus pais, aqueles mesmos que eles questionam seus comportamentos.
A convivência familiar desses jovens, muitas vezes, continua a existir, somente como pessoas que se toleram. Que muitas vezes vivem sob o mesmo teto, mas, nem se falam ou se “olham”.
Alguns jovens, no entanto, de forma pior ainda, a partir dessa convivência errada e infeliz, que deveria ser solucionada internamente em seus lares, partem para buscarem a “solução” fora desse ambiente familiar. Aí buscam as drogas, o sexo, a rebeldia contra a sociedade, se juntando a grupos afins, passam a ter uma vida sem rumo e sem esperança.
Queridos filhos e pais, Deus não nos criou para vivermos sozinhos. O ser humano, é um ser sociável e altamente adaptável às diversas circunstâncias especiais que podem ter o meio ambiente onde vivem. Haja visto, que existem pessoas que vivem nos lugares mais inóspitos da Terra, onde o frio é intenso ou onde o calor é escaldante. Onde a terra é infértil ou onde existe pouca terra; e todos conseguem se adaptar.
Por que então, não conseguimos nos adaptar e superar as dificuldades que são inerentes ao relacionamento humano, e dessa forma, possamos ter uma convivência familiar harmoniosa e feliz ?
Deus nos deu a capacidade para superar tudo, e mais, nos deu também o “caminho das pedras” para sermos felizes na convivência humana e principalmente familiar.
Então por que muitos não são felizes nessa convivência ?
Só pode ser porque não querem ser felizes. É a única resposta que encontro.
Se você meu jovem, se você pai, se você mãe, não se sente feliz na sua convivência familiar, mude de comportamento, busque a felicidade. Ela está a seu lado. Ela está dentro de você. Mas, busque também, fazer o outro feliz, pois nessa pequena sociedade, a família, não pode existir quem seja feliz e quem seja infeliz (na mesma família). Ou todos são felizes, ou vamos buscar aquele que assim não está se sentindo, para fazê-lo feliz também. Pois, a boa convivência familiar, é conseguida quando cada um dos membros da família (pai, mãe, filhos, tios, avós, etc), busca ser instrumento eficaz para o crescimento e a felicidade do outro, além da sua própria felicidade, que está também, em ver o outro feliz.
A boa convivência familiar é conseguida também, quando cada membro da família, transforma as dificuldades em degraus que os levará a atingirem a felicidade, e não em pedras que tornarão o caminho mais difícil.
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

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