Prezados amigos e amigas,

O presente Blog, tem a finalidade de ser mais um instrumento de valorização da família.
Por isso trará sempre artigos relacionados a esse tema, abordando os diversos aspectos que envolvem a formação de uma família sadia e segundo os preceitos cristãos, além de enfocar os diversos aspectos do relacionamento familiar.
Esperamos assim, que possa servir como um meio de reflexão, ajuda e fortalecimento àquelas famílias que encontram-se em situação difícil.

Que Deus nos ajude nessa empreitada.

Pedimos ainda que a Sagrada Família abençoe e proteja a todas as famílias do mundo inteiro. Amém !

José Vicente Ucha Campos
jvucampos@gmail.com

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

PAIS versus FILHOS ?

Lembram-se amigos, quando lhes falei sobre os filhos que tinham entrado na justiça contra seus pais, processando-os, por não terem recebido carinho e atenção deles ?
Pois bem, a relação entre pais e filhos, assim como toda relação que envolve sentimentos, pode a partir de um relacionamento de amor, alcançar um relacionamento de verdadeiro ódio.
Isso é muito triste, pois antes de mais nada são seres humanos e mais do que isso, são pais e filhos; que ao invés de se amarem, se odeiam.
É muito difícil se entender ou mesmo aceitar, que possa haver ódio ou mesmo raiva, num relacionamento entre pais e filhos. Afinal, esses mesmos filhos foram gerados pelos seus pais, num momento, como já também falamos, que deveria ter sido e com certeza o foi, do amor entre seus pais.
E é incompreensível que haja ódio, onde antes existia amor.
Mas, infelizmente há alguns anos atrás, quando estava no auge da minha juventude, com uns 18 anos de idade, presenciei uma cena chocante e que me marcou muito. Foi quando, fazendo um passeio de carona num carro com uma família amiga, na qual estavam, o meu amigo, de uns 20 anos, seu pai dirigindo o carro, sua mãe ao lado do seu esposo; e eu, meu amigo e sua irmã, de uns 15 anos, sentados no banco de trás.
A uma certa altura do passeio, começou uma discussão entre o meu amigo e seu pai, não me lembro nem muito bem por qual motivo. O certo é que em determinado momento dessa discussão, com o carro em movimento e que já estava muito acirrada, o pai do meu amigo virou-se para trás e tentou atingir o meu amigo com um soco.
A confusão, a essa altura, era total dentro do carro. O meu amigo e seu pai gritando um com o outro, a mãe do meu amigo tentando acalmar seu esposo, aos gritos; a irmã do meu amigo, chorando intensamente; e eu, atônito com aquilo tudo, tentando acalmar o meu amigo e doido para que seu pai parasse o carro para que eu pudesse descer.
Até que a situação estava tal, que o pai do meu amigo, parou o carro no meio da rua onde estávamos, abriu a porta bruscamente e tentava tirar seu filho a socos e empurrões de dentro do carro.
Nós, tentávamos a todo custo segurar os dois e acalmá-los. Mas os dois estavam transtornados e tenho certeza não nos escutavam e acho até que nem nos viam ali.
Num determinado momento o filho saiu do carro e pai e filho começaram a trocar socos entre si.
Naquela confusão toda, notei que alguns carros paravam e ficavam observando aquela cena.
Num determinado momento, o meu amigo saiu de perto de seu pai, e, quando pensávamos que a coisa tinha acalmado, ele achou não sei como, um paralelepípedo solto no chão e partiu para cima de seu pai, golpeando-o na cabeça. Seu pai que estava de costas para seu filho tentando ser acalmado por sua esposa virou-se e partiu novamente para cima de seu filho.
Nesse momento eu e felizmente, alguns motoristas que tinham parado seus carros para verem a confusão, seguramos os dois e os afastamos um do outro.
Enquanto isso, algumas senhoras que estavam nos carros que pararam, tentavam acalmar a mãe e a irmã do meu amigo.
Depois que tudo se acalmou, liguei para meu pai, que foi me apanhar onde estávamos e consegui também que meu amigo fosse para casa comigo. Seu pai, sua mãe e sua irmã, quiseram ir juntos para casa.
No mesmo dia à noite levei meu amigo para sua casa, mas até esse momento, não sabia o que falar com ele.
Naquela noite, na minha cama e nos dias que se sucederam àquelas cenas horríveis, que não saíam da minha cabeça, pensei muito no que faria um pai e um filho chegarem a se agredir, e mais ainda, se agredirem a ponto de quase um matar o outro.
Aquilo tudo que aconteceu, foi a primeira vez que tomei ciência e infelizmente com a minha própria presença, de agressões entre pais e filhos.
Mas, meus amigos, tenho observado que hoje em dia, não é tão escasso assim, casos de agressões entre pais e filhos e até de mesmo de assassinatos entre eles. Basta abrir os jornais, que quase diariamente, vemos essas demonstrações de desamor e mesmo de ódio, entre esses que deveriam ser os exemplos vivos de amor.
Volta-me as dúvidas e os questionamentos que tive após aquele fato que aconteceu com meu amigo e seu pai.
Por que um pai e um filho se odeiam tanto ao ponto de chegarem a se ferirem e até se matarem ?
O que deu errado nessa relação ?
É muito difícil para quem está de fora, imaginar o que aconteceu na relação entre os dois, que os levou a esse extremo.
Ferir um outro ser humano já é inaceitável. Ferir então ao seu pai (aquele que te pôs no mundo, que te criou, que te carregou no colo, que te enxugou as lágrimas quando eras neném ou criança, que te alimentou, etc) ou ferir ao seu filho (aquele que geraste a partir de um gesto de carinho e de amor, aquele que brincaste com ele na infância, aquele que ficaste preocupado quando esteve doente, aquele que achaste a tua cara quando nasceu, etc), isso é mais inaceitável ainda.
Então amigos, eu queria que vocês me ajudassem nessa análise, do por que disso ocorrer, e, até com certa frequência, hoje em dia ?
Em primeiro lugar, acho que vocês devem concordar comigo, que isso não acontece de um momento para outro, ou seja, não é possível que uma relação seja sadia, amorosa, carinhosa, e de uma hora para outra, se transforme numa relação de ódio, a tal ponto de chegarem as vias de fato.
Acontece aí, exatamente o que acontece, com o casamento. Vai havendo uma deterioração gradativa do relacionamento.
É como se fosse um muro que fosse sendo construído por ambos (pais e filhos), entre eles, na sua convivência diária. Até o ponto que a parede esteja tão alta, que um já não enxerga mais o outro, do outro lado. Pais e filhos, não se vêm mais. Não se vêm mais como pais e como filhos.
O relacionamento, passa então, a ser entre duas pessoas que têm em comum, somente o mesmo teto.
A partir daí, passam a não se tolerarem, a não se desculparem, às vezes até, a não suportarem a voz um do outro.
Deste ponto em diante, qualquer centelha, acende o estopim do barril de pólvora. E a explosão se faz iminente.
E não precisa ser nada tão importante assim, não; como o foi no caso do meu amigo lá de trás. Alguma coisa séria já vinha acontecendo no relacionamento dele e de seu pai. Algo que já estava na fase de acender o estopim. Que ao ser aceso, por um motivo que deve ter sido bobo, não me lembro bem, causou aquela tremenda explosão de intolerância e de desamor.
Mas o que será esse muro que vai sendo construído aos poucos e de que falamos anteriormente ? Meus amigos, podemos chamar de “Muro da Intolerância” .
É o muro imaginário que vai sendo construído aos poucos, durante a convivência dos pais e filhos, que em muitos casos não percebem o que vai acontecendo em seus relacionamentos e na barreira que está crescendo entre eles. Até o ponto de, como falamos, não se “vêm” mais, embora morando sob o mesmo teto.
Os tijolos que formam esse muro, infelizmente, são de natureza muito diversa, tais como: uma palavra mau colocada um para com o outro e que não foi esclarecida ou discutida; a impaciência; a má vontade um para com o outro; a desobediência voluntária; a falta de tempo, principalmente dos pais para conversarem com seus filhos; a falta de pedir perdão dos dois lados; a frieza no tratamento; as cobranças exageradas; cada vez que acontece um desentendimento, que não é esclarecido; o desprezo; a falta de carinho; a falta de atenção; nunca abraçá-lo; nunca beijá-lo; nunca sorrir um para com o outro; etc; etc...
Todas as vezes que algo acontece entre pais e filhos e que não é bem esclarecido, discutido com amor; e , a própria repetição dessas coisas, vai colocando um tijolo a mais na construção desse muro. E como, por muitas vezes, são coisas simples e que por isso não recebem a devida atenção por parte de ambos, o muro vai aumentando com o passar do tempo, até o dia em que se encontra totalmente erguido, impedindo que pais e filhos convivam harmoniosamente. Então, passam a não se tolerar mais.
Até aqui, estamos citando casos de filhos que vivem sob o mesmo teto com seus pais. Mas, existem aqueles que vivem separados dos pais, muitas vezes por falta de opção por parte dos filhos, que não chegam a ser odiados por seus pais, mas são totalmente desprezados por eles.
É o caso de filhos de pais separados.
Normalmente a separação de seus pais ocorre de forma litigiosa, onde pai e mãe, não se toleram mais e em alguns casos partem para a briga judicial, antes porém, em alguns casos precedidos por brigas até físicas.
Nestes casos os pais passam a se odiar e eu acho, que infelizmente, eles transferem esse sentimento que nutrem um pelo outro, para os próprios filhos, e passam a não quererem ter seus filhos perto de si.
Só pode ser isso. Pois para um pai ou uma mãe, que se separou do seu cônjuge, tenha sido pelo motivo que for, passar a não querer conviver com seus filhos, que normalmente não têm nada a ver com o que aconteceu, ao contrário, são aqueles que mais sofrem com tudo isso e são aqueles que mais saem perdendo com isso, só pode ser porque os pais transferiram para eles a raiva que tinham de seu cônjuge, provavelmente porque aqueles filhos nasceram daquela pessoa que ele não ama mais e pelo contrário, às vezes a odeia.
A partir daí existe o abandono, a frieza, e a falta de amor dos pais para com seus filhos. E é lógico que, como reação contrária, os filhos passam, por sua vez, a também terem raiva de seus pais e até em alguns casos, verdadeiro ódio, devido, em muitos casos, a forma como houve a convivência dos pais e a própria separação, e com certeza, pelo seu próprio abandono, pelos seus pais.
E o que fazer sobre tudo isso ?
Não podemos ficar de braços cruzados.
É a partir daí que convoco a todos: pais e filhos; de todas as raças, cores, credos, independentemente se estejam brigados, separados ou vivam juntos, a se unirem a nós (eu, minha família e felizmente tantas outras famílias), para juntos tentarmos mudar essa situação inconcebível para nós seres humanos.
Está na hora de pararmos em nossas vidas, todos nós, e refletirmos sobre tudo isso (e essa é a finalidade principal deste livro), verificando o que podemos fazer, cada um de nós, para ajudar uma família em dificuldade, um filho abandonado, um pai confuso, uma mãe sem noção do que está fazendo com seus filhos, ao os abandonar, etc.
E está na hora também daquele pai, daquela mãe, que estão afastados de seus filhos, seja qual tenha sido o motivo, de voltarem atrás. Ou seja, de procurarem seus filhos, estejam eles a onde estiverem e na situação que estiverem, e se reconciliarem.
Reconciliação que precisará de muita coragem, pois haverá necessidade de pedir perdão, abraçar, beijar, conversar, telefonar, visitar, desejar feliz aniversário, feliz dia das crianças, feliz Natal, feliz Páscoa, etc.
Haverá necessidade ainda de dizerem-se que se amam.
E precisará também, do firme propósito de não mais os abandonar; até o último dia de suas vidas.
Não adianta mais só a vontade de melhorar o relacionamento, sem ações concretas. È preciso e necessário tomar a iniciativa.
Então !? O que você está esperando ?
Ligue agora para o seu filho, sua filha e diga a ele(s) que você o(s) ama. Não precisa nem terminar de ler o livro, por enquanto.
Não tem coragem ainda ?
Pois bem, então ligue para ele(s) agora, e marque um encontro para conversarem. Comece a estreitar o seu relacionamento com ele(s).
Recupere o tempo perdido. Mas, com o espírito aberto ! Sem mágoas ou ressentimentos.
Leve somente o amor e o perdão em seu coração !
Afinal, você é seu pai ! Você é sua mãe !
Não espere mais o tempo passar, pois pode ser que você não tenha tempo para esperar tanto !
Aproveite mais essa oportunidade que Deus está te dando !
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Do Livro "Filhos, Presentes Especiais de Deus"
Por José Vicente Ucha Campos

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